Em entrevista à Rádio Folha, nesta terça-feira (28), o deputado federal Danilo Cabral (PSB-PE) falou sobre as eleições municipais de 2020, a aliança entre PSB e PSL, e ressaltou que não vê problema algum "desde que venha para aceitar o que estamos propondo para a cidade". O deputado também disse não ter ficado surpreso com a possibilidade da candidatura própria da deputada federal Marília Arraes (PT-PE) para a Prefeitura do Recife, que só será definida hoje, após a decisão do ex-presidente Lula na reunião do diretório do PT nacional, em São Paulo.
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Quando perguntado sobre a aliança do PSB com PSL, antigo partido do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), Danilo abordou o tema de forma sútil. De acordo com o deputado, no Brasil, cada partido tem uma realidade diferente em função de cada Estado, e lembrou de alguns exemplos de alianças do PSB para nas disputas eleitorais. "Me recordo dos ensinamentos de Dr. Arraes. Quando ele disputou a eleição, sempre foi feito política de alianças. Na eleição de 60 ele fez aliança com Paulo Guerra, que era um homem da extrema direita", afirmou o socialista, que não vê problema algum em o partido fazer aliança com algum partido de direita ou extrema direita, desde que acatem as influências do PSB.
Ele ressaltou que as alianças são feitas em cima de princípios. "O PSL ou outro partido que quiser se incorporar a essa aliança política, tem que se dar em cima desse conteúdo. Se quiser vir para compor isso aqui (o PSB), eu não vejo problema algum, desde que venha para aceitar o que estamos propondo para a cidade do Recife", reforçou. Já sobre os adversários políticos, ele afirmou que estão "são aqueles que estão fora do nosso campo". "Não devemos permitir que ocupem esses espaços, porque, nas oportunidades que tiveram, eles governaram contra o povo", alfinetou também o presidente da República.
Candidatura de Marília Arraes
Ainda em entrevista à Rádio Folha, Cabral falou que a candidatura própria de Marília Arraes não foi uma surpresa. "Quando foi que o PT não lançou candidato? É legítimo ele lançar candidato, é opção. Muitas vezes se faz a crítica que o PT quer ter um papel hegemônico para disputar. O PSB não faz essa cultura. Temos a cultura da Frente". Danilo ainda comentou sobre a afinidade entre PSB e PT em Pernambuco. "Temos uma relação muito boa. Talvez, até por ser o berço do próprio presidente Lula, mas é uma relação de proximidade política, que estreita a nossa com o PT", e falou que foram "raras as vezes" que os partidos estiveram juntos em uma disputa eleitoral.
Danilo ainda bateu na tecla da preservação da identidade política forte. “Quando falamos dessa novidade, ficamos na lógica eleitoral de que só se pode estar junto se disputar a eleição junto. O importante é preservar a unidade. Temos uma visão de Estado brasileiro, da relação com a sociedade. Esse é o nosso elo político e temos que preservar isso", explicou.