Maioria dos solteiros nem sabe que hoje é seu dia

Como caiu numa quinta, a ideia é festejar no fim de semana nas baladas
Do JC Online
Publicado em 15/08/2013 às 16:05
Como caiu numa quinta, a ideia é festejar no fim de semana nas baladas Foto: Alexandre Severo/JC Imagem -23/1/2006


As vantagens de estar só são cantadas normalmente pelos solteiros de carteirinha. Até existe uma data específica, hoje (15), para ser comemorada pelos descompromissados. E a maioria deles nem sabe disso.

Dos quatro solteirões entrevistados pelo JC, nenhum pretende sair para curtir a night nesta quinta-feira. A ideia é festejar no fim de semana, ir para um barzinho, ou quem sabe uma festa open bar.

Com planos de comemorar num botequinho, em frente à faculdade, a solteira convicta e estudante de administração, Ana Karolina Olegário, 20 anos, acha que o Dia dos Solteiros deveria ser feriado. Assim, ela poderia aproveitar bem muito com as amigas. “As melhores festas da minha vida passei só, com minhas amigas. E provavelmente será assim no Dia dos Solteiros, só que prolongado pra sexta”, diz a jovem.

Ana Karolina não é do tipo que sai pra pegar todos, mas para se divertir e “tirar muita onda”. A ideia é conhecer novas pessoas, mais que arrumar um parceiro, avisa ela. “Eles ficam achando que vou ficar com eles mas, no fim, viro amiga de todos”, revela.

Quem também está em clima de diversão e tiração de onda é o estudante de engenharia Pedro Alves, 20. Para ele, se tivesse uma festa boa no Dia dos Solteiros, com mais meninas do que meninos, seria perfeito. E ele não faz o tipo pegador, garante. “É claro que já fui pra festas e fiquei com mais de uma, mas não gostei. Prefiro saber com quem eu estou, conhecer o mínimo da garota e acompanhá-la durante toda a noite”, explica.

Pedro na verdade gosta de namorar e se apaixona bem fácil. Ele está solteiro, conta, porque saiu há pouco tempo de um namoro que durou aproximadamente três anos. Agora ele quer dar um tempo para si próprio.

Ao contrário dele, a dançarina Marília Soares, 21, não arreia o queixo por qualquer um. “Nunca existiu alguém que me fizesse preferir, realmente, estar namorando. Já fiquei comprometida algumas vezes, mas sempre prefiro ficar só, ter mais liberdade. Aliás, não entendo a comemoração de nenhuma das duas datas”, crítica.

Marília se refere aos Dias dos Namorados e dos Solteiros. Para ela, a data de hoje é uma completa bobagem, surgiu apenas para se opor ao 12 de junho. E, avisa, ficará em casa, quem sabe lendo um livro.

Já o militante da solteirice e futuro médico Adrian Sial, 20, aproveita a data para jogar seu charme nas meninas, como costuma fazer no Carnaval e São João. “Esses festejos são bons para quem está solteiro, dá mais frutos”, brinca.

Apesar de pensar assim, Sial não deixa de ver as vantagens de um bom namoro. “Se nesse meio tempo aparecer uma garota legal, por que não investir? Assim as coisas mudariam”, diz.

Na verdade, essa afirmação se estende aos quatro personagens. Mesmo sendo ativistas das vantagens de estar sem ninguém, todos concordam que o amor pode proporcionar prazeres, e não fecham as portas para isso.

Para ajudar a entender essa dicotomia, a psicóloga e sexóloga Silvana Melo diz que é condição natural dos humanos buscar ser amado. “Mas, às vezes, é preciso de tempo pra cuidar de si, ou pra encontrar esse alguém que fará a diferença. Mas achá-lo é o objetivo de todos”, explica Silvana, que também é delegada da Sociedade Brasileira da Sexualidade Humana (Sbrach).

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