Poeta Wellington de Melo revela seu lado nerd

Escritor fala sobre rotina, literatura, jogos de estraégia e a relação com o filho autista
Do JC Online
Publicado em 18/08/2013 às 8:00
Escritor fala sobre rotina, literatura, jogos de estraégia e a relação com o filho autista Foto: Felipe Ribeiro/JC Imagem


O multifacetado escritor recifense Wellington de Melo, 37 anos, vive e explora o Centro e a Zona Norte, onde mora, com a mesma paixão. No papo com a repórter Vanessa Araújo, ele fala sobre rotina, literatura, a relação com o filho autista, o gosto por jogos e pela cozinha.

JC – Você trabalha no Centro, perto do Rio Capibaribe, na casa do poeta Manuel Bandeira. Como é sua vivência com a cidade?
WELLINGTON DE MELO – Minha relação com o Recife começou muito cedo, porque eu trabalhei no Centro, no comércio, quando era adolescente. Esse pulsar dos bairros de São José, Santo Antônio e Boa Vista sempre me influenciou muito. Embora não seja notívago, gosto de flanar, explorar o Recife caminhando, conhecer as ruas, os jardins secretos, essas ilhas de tranquilidade em meio ao caos.

JC – Vivencia o bairro onde mora também?
WELLINGTON – Moro em Casa Amarela, perto do mercado, um lugar por onde eu ando muito também. É um bairro bacana porque é como se fosse uma cidade dentro de outra cidade. Gosto muito desse clima de subúrbio. Fui criado no Ibura, morei em Paulista, mas gosto muito do Recife.

JC – Professor, poeta, gestor público, escritor. Com tantas atividades, ainda sobra tempo para o lazer?
WELLINGTON – Pode soar clichê, mas quando você faz o que gosta, você transforma o que gosta em lazer. Brinco com as pessoas, dizendo que tenho cinco clones. Nesta entrevista, você está conversando com o Wellington 3, o Wellington 2 está em casa, o 1 deve estar escrevendo neste momento. Os outros dois não sei, não fui apresentado a eles ainda.

JC – E as horas que sobram são ocupadas com o quê?
WELLINGTON – Sou um nerd. Gosto de jogos de estratégia de miniatura, como o Mage knigth, que ainda guardo no meu guarda-roupa, esperando meu filho crescer para jogar comigo. Gosto de jogos de RPG, de ler poesia de autores contemporâneos brasileiros e procurar novos nomes. Adoro cozinhar e cozinho bem, deixando a modéstia no bolso da outra calça. Minhas especialidades são a paella e o penne ao pomodoro e basílico. Um dos hobbies que tenho também é assistir à reality shows de culinária.

JC – Você escreveu um livro para o seu filho, que é autista. Como é a troca de experiências com ele?
WELLINGTON – Aprendo muito com o sorriso, o abraço, a presença e o silêncio dele. Ele me ensinou a ser mais humilde, porque você faz zilhões de planos para os filhos. E, no meu caso, específico, que trabalho com comunicação, com linguagem, é quase um tapa na cara ter um filho com dificuldade de comunicação. Estou mais paciente e compreensivo e levo isso para a minha relação com todo mundo. A síntese da minha relação com ele é me ver nele e, nesse suposto abismo de silêncio, a gente poder se encontrar e conversar.

Leia a entrevista completa em Arrecifes, no JC deste domingo.

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