Desfilantes são as estrelas dos bailes

Carnavalescos não poupam esforços para exibir sua grande paixão pela festa de Momo com fantasias que são puro luxo
Cinthya Leite
Publicado em 15/02/2014 às 13:00
Carnavalescos não poupam esforços para exibir sua grande paixão pela festa de Momo com fantasias que são puro luxo Foto: Igo Bione/JC Imagem


Criatividade, ousadia, disciplina, dedicação e investimento formam o quinteto que abastece o espírito carnavalesco dos desfilantes que não abrem mão de ostentar nas passarelas a paixão que alimentam pela mais tradicional das festas brasileiras. Por trás de máscaras e fantasias que chegam a pesar mais de 100 kg, estão pessoas que dedicam quase todo o ano para produzir vestimentas que simbolizam lendas, homenageiam personalidades históricas, recriam cenários da natureza e resgatam a cultura de diversas partes do mundo.

A paixão pelo Carnaval é o principal combustível que move esses carnavalescos, que não medem esforços para manter a essência das festas tradicionais. Toda essa dedicação é bem lembrada pelo cabeleireiro Almir da Paixão, 61 anos, o eterno hors-concours dos bailes. “Começava a me preparar oito meses antes do Carnaval. Quanto mais tempo se aproximava dos desfiles, menos dormia. Numa dessas situações de reta final, já cochilei em cima de uma lata de cola e fiquei com o cabelo todo grudado às vésperas da festa.”

Sem passar pelas passarelas há quatro anos para cuidar da saúde, Almir lamenta a falta de incentivo que eles recebem para embelezar os bailes. “Toda a fantasia é feita com custo próprio. Já tive criações que chegaram a R$ 40 mil. Isso desestimula”, acrescenta Almir.

A carioca Léa Lucas, 85 anos, é pura animação nos 365 dias do ano. Todo esse entusiasmo se intensifica bastante na temporada carnavalesca, quando ela se enche de cores e brilhos para festejar os dias de Momo. Quem chega para visitá-la em casa se depara com um mural de fotos dos desfiles, porta-retratos, quadros de homenagens e faixas de concursos que já venceu. Ela está há quatro anos sem subir aos palcos do Municipal e do Bal Masqué porque não encontra mais quem faça as vestimentas e máscaras como deseja.

Por outro lado, o vice-presidente da Fundação de Cultura Cidade do Recife, Diego Rocha, explica que a antecipação do concurso foi fruto de um acordo com alguns desfilantes. "Foi uma mudança para beneficiar os participantes, que sempre concorriam comas orquestras e os shows dos artistas. Agora, eles têm um dia exclusivo. Além disso, os vencedores desfilam na data do baile. É uma alteração que vai dar certo e provavelmente será repetida nos próximos anos", justifica Diego.

Leia a matéria completa no caderno Arrecifes deste domingo (16/2)

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