Carreiras e Mercado de Trabalho

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Por Felippe Pessoa
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O excesso de reuniões online durante a pandemia gerou um novo fenômeno, a "Fadiga do Zoom"

Diante de um cenário que exige cuidado e precaução, a "zoom fadigue" ou a "fadiga do zoom" é sentida por muitos profissionais que emendam uma reunião na outra e passam o dia na frente da tela

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Felippe Pessoa

Publicado em 25/10/2021 às 7:13
Algumas empresas torceram o pescoço para o modelo, outras sequer voltaram e estão até hoje em home office - MARCELO CAMARGO/AGÊNCIA BRASIL

Reuniões, reuniões e reuniões. Desde sempre essa é a rotina de muitos profissionais, especialmente aqueles que têm funções decisórias nas empresas, como gerentes e diretores. Mas, ano passado, quando todos nós fomos para casa por conta da pandemia, o número de reuniões aumentou significativamente. Aquele problema do dia a dia que resolvíamos num bate-papo de 5 minutos na mesa do colega de trabalho, tornou-se mais um compromisso em frente à tela. E a consequência não podia ser outra, cansaço e estresse por passar tanto tempo em longas e, por vezes, desnecessárias reuniões.

Entre os meses de agosto e outubro do ano passado, a Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP) fez uma pesquisa entre os psiquiatras, que perceberam um aumento de alguns dos malefícios do excesso de reuniões virtuais para a saúde mental dos profissionais; 54% dos entrevistados perceberam em seus pacientes um aumento nas queixas sobre o excesso de videoconferências nos últimos cinco meses e 68,6% aumentaram a prescrição de psicoterapia a pacientes que tiveram quadros de estresse e ansiedade. Com esses dados e a percepção de funcionários mais desgastados, as empresas abriram os olhos para a saúde mental de seus colaboradores que, além de estarem em casa o dia todo, tinham que lidar com a pressão por produtividade e as angústias trazidas pela pandemia.

Diante de um cenário que exige cuidado e precaução, a “zoom fadigue” ou a “fadiga do zoom” é sentida por muitos profissionais que emendam uma reunião na outra e passam o dia na frente da tela, sem intervalo. No geral, o volume de horas trabalhadas aumentou, mesmo o profissional estando em home office. Outro fator importante de destacar são as relações humanas, que foram praticamente banidas nesses tempos. Por mais que o dia de trabalho seja longo e cheio de compromissos, a troca, o cafezinho na copa, o almoço com os colegas funcionava como válvula de escape que, no mundo virtual, simplesmente não existe.

Mas afinal, o que podemos fazer para minimizar os efeitos da fadiga gerada pelas reuniões online? Aqui vão algumas dicas que vale a pena seguir:

As reuniões são importantes sim, mas será que para resolver qualquer coisa, é necessário marcar uma? Por isso, avalie o contexto, tente solucionar problemas do dia a dia de maneira mais simples e evite reuniões desnecessárias.

Isso só enche a agenda dos seus colegas e parceiros de compromissos e tira o foco do que realmente importa.

Algumas reuniões duram uma eternidade; as pessoas dão voltas, repetem as mesmas coisas diversas vezes e acabam sem definições práticas. O importante é estabelecer um tempo e ter a pauta daquele encontro bem definida.

Com isso, todos ganham em eficiência e em resultados concretos.

Assim como no escritório, estabeleça momentos de pausas para um cafezinho, para olhar a vida pela janela ou dar um pouco de atenção a seus filhos. Com essa nova rotina, acabamos emendando uma reunião na outra, sem tempo para respirar. E é aí que o problema começa. O resultado já é conhecido: estresse, cansaço e ansiedade.

No home office, parece que não há horário para café da manhã, almoço ou jantar. Estar em casa dá um falso direito da empresa de demandar o profissional a qualquer hora. Mas não é bem assim; o ideal é que dentro ou fora da empresa, a carga horária e os horários de entrada e saída sejam mantidos.

Trabalhando de casa ou não, todos têm o direito ao descanso e as atividades fora do trabalho, seja um curso, um esporte ou um tempo em família.

Não ter rotina gera mais preocupação e instabilidade. Por isso, arrume um cantinho em casa para servir de escritório; pode ser a mesa de jantar, a mesinha de estudos do filho ou um cantinho abandonado em seu quarto. O importante é ter espaço e tempo de trabalho definidos.

E não esqueça de combinar as regras com quem mora na casa; os filhos têm que saber que os pais estão trabalhando e entender quando podem ou não interromper.

Toda mudança exige um tempo de adaptação e gera algumas incertezas e incômodos. O importante é sabermos que as coisas vão se encaixando com o tempo, a pandemia vai acabar e uma nova forma de trabalhar surgirá. O home office vai conviver com o presencial, o virtual vai roubar espaço do presencial e todos vamos nos acostumar e seguir.

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