Ao se deparar com um problema, é preciso escolher entre duas opções: enfrentar ou fugir dele. Não existe outra, porque postergar também é fugir. A rejeição a Geraldo Julio (PSB) e Paulo Câmara (PSB) nessa eleição é um problema para o PSB e para João Campos (PSB). Escolheu-se fugir dele.
Voltando dois anos no tempo, quando uma das primeiras pesquisas apontava rejeição maior que 60%, em 2018, a Paulo Câmara, ouvia-se, com uma "certeza altiva", que ele estava "liquidado".
O índice de rejeição foi sendo trabalhado ao longo das semanas e reduzindo com a exposição na campanha. Câmara foi reeleito no primeiro turno.
Ali, enfrentou-se o problema.
A campanha do PSB em 2020, para a prefeitura do Recife, resolveu esconder Paulo e Geraldo e talvez tenha cometido o seu maior equívoco.
Esta coluna já expressou, em texto anterior, a sensação de injustiça que fica ao observar a forma como os dois estão sendo tratados pelo PSB, mas não é apenas o erro moral. É, também, um erro estratégico que pode custar a eleição ao filho de Eduardo Campos.
Muito do tempo dos guias de João, que foi gasto com frases similares as de livros de autoajuda, poderia ter sido utilizado para tentar diminuir a rejeição dos gestores. Reabilitando eles, mesmo que momentaneamente, ambos poderiam contribuir para a campanha, ao invés de serem apenas um ponto fraco.
O resultado? O que se viu no primeiro debate do 2º turno, na Rádio Jornal, foi Geraldo Julio sendo usado como "batata quente" pelos dois candidatos.
Marília Arraes (PT) tentava jogá-lo em Campos e o socialista tentava jogá-lo de volta, lembrando que ela foi secretária municipal.
É algo lamentável.
Alguns socialistas, após o pleito, precisam discutir temas como lealdade, mérito e justiça. E os marqueteiros, estratégia.