Palcos de conflitos demoram para ficar livres de suas reminiscências. Quanto maior a guerra, pior. A eleição do Recife deixou bombas pelo caminho que vão sendo desarmadas com o tempo. Partidos que apoiaram ou não apoiaram o atual prefeito vão se reacomodando. A estrutura desses partidos também precisa se transformar.
O Republicanos, que já teve Silvio Costa Filho como líder da oposição quando era deputado estadual, tornou-se aliado do PSB. O PT, que era aliado em 2018, tornou-se oposição. O líder da oposição na Alepe em 2020, Marco Aurélio (PRTB), agora é da bancada do governo e apoia o PSB em 2021.
Alguns desses nós ameaçam complicar as coisas em 2022 e já estão sendo tratados com bastante atenção.
Por exemplo, a situação do Podemos. Há um desejo, entre os socialistas pernambucanos, de aproximar Ricardo Teobaldo, deputado federal e presidente da sigla. Política é exercício de convergência e o movimento pode ser bom para os dois lados.
O Podemos lançou Patrícia Domingos (Pode) para a prefeitura. O "delegada" como prenome e o discurso "dedo em riste contra o mundo" ainda tem adeptos e ainda deve incentivar a fauna eleitoral. Foi algo que causou problema ao PSB em 2020.
Derrotada na eleição, é normal que Patricia pense no futuro. E o futuro, dizem, é a Câmara Federal.
Ricardo Teobaldo, que já teve problemas internos com Patrícia durante a eleição, teria que disputar votos com ela pela reeleição. Vale lembrar que em 2020 não haverá coligações, candidatos disputam vagas dentro dos próprios partidos.
Aproximar-se do PSB obrigaria ela a se afastar e seguir para outra sigla, deixando o caminho livre no Podemos.
Entre os que tentam abrir diálogo com o deputado estão aliados recentes do PSB. Querem mostrar que o caminho é seguro.
Ou pode ser o único caminho.