Em entrevista, nesta quarta-feira (10), o ex-ministro Fernando Haddad (PT), que colocou o bloco na rua para ser candidato a presidente em 2022, resumiu bem a insólita realidade que o Brasil alcançou, após tanto esforço e sacrifício no desenvolvimento de sua democracia.
Segundo o petista, candidato derrotado em 2018, o "antibolsonarismo" agora é muito maior do que o "antipetismo".
Uma boa maneira de definir fracasso é quando começamos a balizar nossas decisões por aquilo que é "menos ruim".
Haddad, talvez com a intenção de se mostrar melhor que o adversário, acabou confirmando nosso fracasso democrático.
Não apenas no âmbito nacional, a verdade é que a falta de opções virou cenário comum nas eleições já há alguns anos. Escolhem-se prefeitos, governadores e presidentes por exclusão.
Decide-se o nome de um gestor público, não pela qualidade do mesmo, mas pela ausência de algum nome melhor.
Nossa política está nivelada por baixo no nível mais rasteiro e isso não tem como ser bom para o país.
O Brasil precisa de um eletricista para consertar suas instalações e lhe devolver a luz.
Basicamente, o que está para acontecer é termos que escolher entre quem vai receber sem fazer o serviço ou quem vai fazer o serviço e provocar um incêndio na casa.
Ser brasileiro não tem sido algo fácil.