A aproximação conduzida por João Campos (PSB) e Tábata Amaral (PDT) entre Luciano Huck e o PSB tem alguns argumentos que remetem bem a 2018, com números da campanha e alcance de votos que os socialistas registraram para o PT, por exemplo.
A proposta do PSB para o apresentador oferece uma casa partidária, um volume razoável de recursos e capilaridade para alcançar votos em regiões nas quais o DEM, por exemplo, que chegou a ser o favorito para receber a filiação de Huck, não possui.
Nas conversas, dois casos práticos foram colocados.
O primeiro vem de 2014. A articulação feita pelo partido para o então candidato a presidente Eduardo Campos o fez ser lançado imediatamente como terceira maior força naquela disputa. E a tendência apontada em pesquisas era de muito crescimento na medida em que ele fosse ficando mais conhecido nacionalmente.
Na época, o PSB estava com palanques montados e bem estruturados em todas as regiões do país. Não fosse pelo acidente, a história daquela eleição seria difícil de prever.
O outro argumento é de estratégia. Para isso, os socialistas têm utilizado a eleição de 2018. Efetivamente, o PSB só entrou na campanha de Haddad (PT) no segundo turno, em Pernambuco, com movimentação de militância, caminhadas e carreatas.
Como diz um parlamentar do PT, que já disputou eleições com o PSB como adversário e como aliado, os socialistas de PE "tem uma tecnologia própria para conquistar voto".
Resultado é que Bolsonaro venceu a eleição por aqui no 1º turno, mas foi derrotado no 2º turno da eleição, quando o PSB assumiu a frente.
Huck já é conhecido nacionalmente, mas não como político e sua equipe teme, com razão, uma aventura em um partido que não tenha estrutura para levá-lo ao Brasil todo.
Também não vale a pena integrar um partido muito grande, como o MDB, que parece uma colcha de retalhos e integra desde grande lulistas até grandes bolsonaristas, dependendo do lugar no Brasil.
O PSB está sendo vendido como o meio do caminho para Huck.
Ou, ao menos, está prometendo ser o meio do caminho.