Quando a CPI que deve apurar a responsabilidade pelas mortes na pandemia for instalada no Senado, o MDB deve ficar com a presidência da Comissão. Isso se for respeitada a tradição da proporcionalidade.
Em todas CPIs, o entendimento é que o partido com maior bancada assume a presidência e o autor assume a relatoria. Nesse caso, são dois problemas para Bolsonaro.
Porque o maior partido, o MDB, já avisou que deve indicar Renan Calheiros (MDB-AL), hoje um dos maiores críticos do presidente na Casa.
E o autor da CPI foi Randolfe Rodrigues (Rede-AP), com quem Bolsonaro já ameaçou, em gravação publicada pelo senador Jorge Kajuru (Cidadania-GO), sair na porrada.
Os dois, Bolsonaro e Randolfe, são antigos desafetos.
O senador do Amapá já disse ter levado um soco de Bolsonaro, quando este era deputado, por causa de uma visita da Comissão da Verdade a um batalhão do Exército, em 2013.
Tendência é que, para aliviar a pressão sobre o governo, uma das duas vagas seja negociada. Ou Renan fica na presidência, ou Randolfe assume a relatoria.
Será a primeira batalha de uma guerra que deve se arrastar por, pelo menos, três meses, que é o tempo previsto para durar a CPI.