O relatório do Tribunal de Contas, apresentado esta semana, apontando prejuízo de R$ 8,2 milhões em apenas dois contratos firmados pelo então prefeito Geraldo Julio (PSB), no Recife, mostra porque a capital pernambucana foi citada quatro vezes no requerimento do senador Eduardo Girão (Podemos), quando ele pedia que a CPI da Pandemia investigasse também prefeitos e governadores.
Difícil vai ser esperar que os membros da CPI atuem nesse sentido, porque a maioria é de oposição ao governo Federal e vai focar em Bolsonaro.
Vale perguntar, agora, o que os vereadores do Recife pensam sobre a responsabilidade deles com a fiscalização do dinheiro público.
No relatório do TCE, há indícios de procedimentos forjados, carimbos falsificados e empresas laranja. A deputada Priscila Krause (DEM), falando à Rádio Jornal, disse que algumas compras foram feitas em quantidade suficiente para mais de 20 anos, mesmo levando em conta a demanda da pandemia.
A compra de respiradores que só tinham sido testados em porcos e nunca foram utilizados, é outro escândalo.
O que os vereadores pretendem fazer? A obrigação de fiscalizar é apenas um enfeite regimental para os representantes do legislativo do Recife?
O que se daria para fazer com R$ 8,2 milhões?
O problema das coalizões é que a mesma maioria legislativa que serve para dar governabilidade, serve para impedir o parlamentar de cumprir suas responsabilidades. É triste.