Para ser oposição, é preciso ter do que reclamar. E para ter do que reclamar, às vezes é preciso ceder à vitória do inimigo, ao menos um pouco.
É lógico que os motivos para integrantes de partidos como PT e PSB votarem em Arthur Lira (PP), na eleição da Mesa Diretora, tem ainda muito pra ser explicado.
Mas, "tratoraços" e Codevasf à parte, tem também um pouco de levantar o inimigo para ter em que atirar.
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A plataforma de campanha de Lira foi, desde o início, desestatização e aceleração das reformas. O PT e o PSB, quando perguntados os seus parlamentares por que muitos apoiavam Lira, bolsonarista e com essas pautas, diziam que "eleição interna do Congresso é diferente".
Chegavam a dizer que Baleia Rossi (MDB) é que era ruim.
Curioso, Baleia Rossi fez campanha apoiando pautas da esquerda. Mas, se agora o emedebista fosse o presidente da Câmara, o PT e o PSB iriam reclamar de que?
Os deputados e senadores que votaram e Lira e Pacheco sabiam exatamente o que iria acontecer. Podem reclamar de qualquer coisa, menos de traição à pauta eleitoral de fevereiro passado.
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É preciso notar, principalmente, o tempo em que vivemos. Falta pouco mais de um ano para a eleição que vai renovar ou não mandatos no Legislativo e ter do que reclamar é essencial para manter a postura de revolta nas redes sociais.
Em alguns segmentos partidários, ser contra tudo dá muitos votos e é essencial para sobreviver politicamente.