Destaques e análises políticas do Brasil e Pernambuco, com Igor Maciel

Cena Política

Por Igor Maciel
Coluna Cena Política

A embromação sobre "igrejas essenciais" em Pernambuco, em lei assinada por Paulo Câmara, que só serviu para fingir vitória política

Na prática, como a coluna adiantou, igrejas vão continuar sendo impedidas de funcionar com reuniões presenciais. No novo decreto de restrições publicado nesta segunda-feira (24), ficam fechadas.

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Igor Maciel

Publicado em 25/05/2021 às 9:33 | Atualizado em 25/05/2021 às 9:43
De "essenciais" para "permitidos" - BRUNO CAMPOS/JC IMAGEM

As igrejas em Pernambuco vão continuar fechadas para reuniões presenciais neste novo decreto publicado pelo governo do Estado na segunda-feira (24). Era esperado, já que toda a discussão sobre abrir os templos e tratá-los como serviço essencial, virou nada mais que uma vitória "fofa" de políticos que buscam o voto dos evangélicos, sem nenhum resultado prático.

 No fim, o texto discutido e aprovado na Assembleia, em comissões e no Plenário, admitiu que as igrejas são "serviços essenciais", mas deixou uma brecha, incluindo um parágrafo em que alerta que nada disso tem valor se o governo decidir que é pra fechar. Fim de papo.

A coluna alertou sobre isso no dia em que o texto foi aprovado e sancionado. Mas, ver na prática é sempre mais interessante. Além de usar a brecha para mandar fechar as igrejas, da mesma forma que vinha sendo feito antes, o governador ainda trocou uma expressão no decreto que encerra qualquer discussão sobre as igrejas. Ao invés de "serviços essenciais", para designar o que poderia funcionar normalmente, usou "serviços permitidos".

As igrejas estarão fechadas para atividades presenciais, porque é assim que tem de ser e o governo do Estado acerta ao não admitir a hipótese de templos e igrejas lotados num momento em que há fila de pessoas precisando de uma UTI em PE.

Pouca coisa é tão cristã quanto dar prioridade aos que necessitam respirar e não conseguem. Embora alguns não enxerguem assim.

Mas, fica a pergunta sobre o tempo gasto para aprovar um texto que tinha o único propósito de satisfazer parlamentares preocupados apenas com os votos que podiam receber de um grupo de eleitores, mesmo que fosse só embromação.

Até a tinta da caneta usada para assinar a lei acaba sendo cara demais.

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