Bolsonaro é um deputado de baixo clero, nunca vai deixar de ser e não quer deixar de ser. Ser deputado de baixo clero demanda bem menos responsabilidade do que ser presidente.
Nosso chefe do Executivo é preguiçoso e acomodado.
Os exemplos são muitos, mas a visão limitada para diversos assuntos é a mais significativa.
O caso mais recente é a declaração sobre a apuração das eleições. Bolsonaro afirmou que a contagem dos votos é feita por "meia dúzia de pessoas, numa sala do TSE".
Se fosse um deputado de baixo clero, falando apenas para seus apoiadores, a ignorância seria ignorada, mas é um presidente da República.
E lá vai o TSE explicar o passo-a-passo da apuração que começa nas urnas, com impressão (sim, impressão) de boletins. Uma dessas vias dos boletins é afixada no local de votação e as outras são distribuídas para os fiscais dos partidos.
A totalização é feita no TSE, mas os partidos têm acesso a todo o processo.
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Bolsonaro não sabe disso porque nunca teve qualquer importância ou fez parte da cúpula de algum dos nove partidos nos quais já esteve. Mesmo no PSL, quando alugou a sigla, quem assumiu tudo foi o falecido Gustavo Bebiano. O então candidato Jair Bolsonaro não se metia em nada, porque não entendia.
A visão de Bolsonaro é de alguém que nunca teve acesso às grandes rodas de discussão políticas e agora que é obrigado a estar nelas, para não parecer ignorante, grita que tudo é fraude.
Há quem veja isso como estratégia.
Mas, parece de verdade é com a imagem de alguém que nunca esteve numa floresta e, perdido, ao invés de aprender como sobreviver, põe fogo nas árvores.