O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) pretende buscar a reeleição. Para facilitar o caminho, resolveu percorrer os "caminhos do PT", incluindo a irresponsabilidade com as contas públicas em nome de mais apoio em períodos eleitorais.
Lula (PT), entre 2005 e 2006, reforçou o Bolsa Família para tentar escapar do escândalo do Mensalão. Gastou mais dinheiro, reajustou o benefício, manteve a popularidade e conseguiu vencer, na época, o PSDB.
Dilma Rousseff (PT) teve atitude parecida. Entre outras coisas, congelou as tarifas de energia elétrica à força e interviu nos preços da Petrobrás para segurar o preço da gasolina e do Diesel. O país quase quebrou por causa disso, a economia fugiu do controle e ela acabou impedida e expulsa do Palácio do Planalto logo depois.
O que Bolsonaro tenta fazer desrespeitando o teto é uma média de tudo que Lula e Dilma fizeram para conseguir se reeleger. A receita é testada e aprovada nas duas ocasiões. Porque, Dilma, apesar de ter sofrido o impeachment, conseguiu, antes, a reeleição.
Conta, a favor do atual presidente, uma maioria que ele possui na Câmara, que pode segurar o impeachment enquanto ele tenta consertar as coisas no futuro, caso seja reeleito.
A tendência, porém, é que Bolsonaro siga a receita de Lula e Dilma, mas acabe como Michel Temer (MDB), seu antecessor. Temer fez tudo direito, foi responsável com as contas, respeitou o teto de gastos, mas acabou sendo fortemente orientado a nem pensar em reeleição e ir fazer poesia.
Bolsonaro não é poeta, mas pode acabar recebendo sugestão parecida.