O evento de filiação de Sergio Moro ao Podemos foi bem mais que isso, como se imaginava.
O ex-juiz se apresentou como candidato a presidente e já adiantou o que pensa sobre diversos assuntos que são problemas no país.
Aproveitou para se diferenciar dos concorrentes Lula (PT) e Bolsonaro (sem partido). E fez isso com críticas veladas.
Falou que nunca vai deixar os filhos interferirem na gestão, se for presidente. Uma referência a Bolsonaro.
Depois disse que seria presidente para acabar com Petrolão e orçamento secreto, numa referência a Lula e, outra vez, Bolsonaro.
Fez, também, acenos aos outros candidatos, alguns que estavam participando do evento, como João Doria, dizendo que é preciso haver união.
O evento foi pomposo, o discurso foi bem elaborado. O trabalho de preparação feito com ele, certamente, incluiu um fonoaudiólogo. Moro falou impostado e muito mais claro.
Apesar disso, seguiu raso. O que é ser raso? Dizer que quer acabar com o desemprego e reduzir a inflação é como a chuva avisar que tem a intenção de molhar sua cabeça. Se vai ser um temporal, uma garoa ou virá como granizo.
Haverá tempo para isso, é verdade.
Ao menos, ele mudou a faixa do disco e não falou, o tempo todo, de combate à corrupção. É verdade que a corrupção é o grande mal da gestão pública no Brasil.
O país é bem mais complexo que isso.
Nesta quarta-feira (10), foi divulgada a nova pesquisa da Genial/Quaest mostrando Bolsonaro com rejeição ainda mais alta e Sergio Moro ultrapassando Ciro Gomes. Confira aqui.