A lembrança surgiu por causa de Márcio França (PSB) que está em briga interna no partido para ser candidato ao governo de São Paulo em 2022 e colocou a presidente do TCU, Ana Arraes, como possível candidata em Pernambuco.
Mas, não é algo que surgiu da cabeça de França. Em 2020, a própria Ana Arraes falou sobre o assunto, que repercutiu bastante antes das eleições para prefeito do Recife. O pleito envolveu o neto dela, João Campos (PSB), e a sobrinha Marília Arraes (PT).
Ana é filha de Miguel Arraes e mãe de Eduardo Campos. Dentro do PSB, há quem diga que uma entrada dela na política novamente mudaria o tabuleiro atual e, comparando com o xadrez, transformaria reis em peões.
A menção é a Geraldo Julio (PSB) e Paulo Câmara (PSB). Alguns socialistas acreditam que os planos deles, sejam quais forem, teriam que ser imediatamente desviados.
Ao contrário do que se pode imaginar, com a volta do assunto à tona, Ana não deu entrevistas recentes sobre o tema. Mas, na última vez em que falou sobre isso, admitiu que tinha intenção de se aposentar do TCU seis meses antes do previsto.
O prazo chamou atenção, porque seria o tempo necessário para se desincompatibilizar do Tribunal de Contas da União para se filiar a um partido e ser candidata.
Hoje, há quem diga que ela pode disputar o governo, mas também pode tentar voltar à Câmara Federal.
Para quem não lembra, a presidente do TCU foi deputada federal, eleita com 387.581 votos, maior votação de Pernambuco e quinta maior do Brasil. O número só foi superado pelo neto, João Campos, em 2018.
O ex-governador de São Paulo, Márcio França, trouxe o assunto de volta para provocar o PSB de Pernambuco. Ele quer ser candidato ao governo de São Paulo e está sendo colocado de lado para garantir um acordo dos socialistas com Lula (PT).
O PT quer lançar Fernando Haddad (PT) para a cadeira de governador e conta com o apoio do PSB. Dentro do partido, nacionalmente, os socialistas pernambucanos são os que têm maior influência, principalmente João Campos e Paulo Câmara.
Apoiar o nome de Ana Arraes é uma forma de colocar pressão em Pernambuco. E se alguém disser que ele está se metendo no estado que não é dele, vai ouvir que também ninguém devia se meter em SP.
No que terá boa dose de razão.