A escolha de João Dória (PSDB) para ser o candidato do partido vai se mostrando, conforme passa o tempo, uma escolha tão boa quanto a de Geraldo Alckmin (PSDB) em 2018.
Ou seja, péssima.
O atual governador de São Paulo tem a mesma sintonia com o Brasil profundo que existe entre um jabuti e um piloto de Fórmula 1. Os dois vivem concentrados na estrada, mas em velocidades diferentes.
As ideias de Dória, no médio e longo prazo, talvez sejam o que o país precisa. Mas, o Brasil desempregado, com fome e com frio, quer isso para consumo imediato.
Eleitoralmente, os tucanos tentam mostrar algo novo para quebrar a polarização entre Lula (PT) e Bolsonaro (PL), mas a falha no aplicativo que atrasou em seis dias a escolha do candidato pode ter sido fatal.
A demora rachou ainda mais a sigla e deu tempo para que Sergio Moro (Podemos) recém filiado ao Podemos, construísse seu argumento eleitoral primeiro.
Moro tinha um livro pronto e começou a rodar o Brasil para divulgá-lo, enquanto os tucanos ainda estão resolvendo seus problemas de ninho.
E a divisão do PSDB virou uma oportunidade para o ex-juiz. No fim de semana ele aproveitou para encontrar Eduardo Leite, preterido na convenção que escolheu Doria. Apertaram as mãos, fizeram fotos e vazaram para a imprensa que se o governador de SP não decolar, Leite aceitaria ser vice.
O PSDB nacional chegou cedo para o trem de ontem.