O presidente nacional do MDB, Baleia Rossi, avisou que o partido não fará federações. Não foi possível chegar a um acordo com o PSDB, nem com o União Brasil. Apenas sete diretórios emedebistas foram contra a junção com o União Brasil, por exemplo, mas eram praças essenciais.
Em Pernambuco, a situação cria um fenômeno parecido com a clássica experiência do físico austríaco Erwin Schrödinger, em 1935, quando imaginou a situação em que um gato é colocado, junto a partículas radioativas, dentro de uma caixa.
Se as partículas circulassem pela caixa, o gato morreria. Caso contrário, permaneceria vivo.
O problema é que pelas leis subatômicas, as duas situações podem ocorrer simultaneamente.
Logo, o gato estaria vivo e morto ao mesmo tempo.
Para Raul Henry, que preside o MDB em Pernambuco, o partido não fazer federação é bom e ruim ao mesmo tempo. Bom porque encerra a especulação sobre a sigla numa federação com o União Brasil, ser obrigada a sair da Frente Popular e apoiar a candidatura de Miguel Coelho (UB).
Mas bem ruim porque transforma a reeleição do deputado emedebista num desafio maior. Sem a federação e sem coligações, Raul precisa formar uma chapa de candidatos que juntem, contando com ele, 180 mil votos.
É possível, mas não é fácil.
Schrödinger dizia que só se pode descobrir o destino do gato se a caixa for aberta para que as realidades paralelas colidam. No caso de MDB, serão as urnas.
Para Miguel, é ruim
A notícia também não é boa para Miguel Coelho (UB), que poderia contar com o tempo de TV e Rádio do partido em seu palanque, mesmo após não ter encontrado apoio no MDB para a sua candidatura, quando fazia parte da sigla.
Os Coelho já tentaram assumir o comando do MDB em 2018, mas acabaram frustrados na Justiça.
O senador Fernando Bezerra ainda está no MDB. Mas, agora, essa possibilidade ficou ainda mais distante.
Quadros ameaçados
Não é só o MDB que terá dificuldade para uma reeleição sem federações.
Em Pernambuco, a contagem de votos pode ser apertada também para deputados com história na Câmara, como Wolney Queiroz (PDT), atual líder da oposição em Brasília, e Augusto Coutinho, presidente do Solidariedade no Estado.
O PSB tem prometido ajudar, mas até a situação de alguns socialistas é difícil. Danilo Cabral (PSB), que agora será candidato a governador, nem tinha reeleição garantida.