Se tiver eleição este ano para escolher a criatura mais ingênua na política brasileira, podem encerrar a disputa e dar o prêmio a Sergio Moro.
Ao longo dos anos, ele conseguiu dar saltos incríveis e cair de cabeça em todos.
Quando era juiz/herói, largou tudo para assumir um ministério no governo Bolsonaro e deu errado. Depois, largou o ministério para derrubar o presidente e deu errado. Depois, resolveu ser candidato a presidente pelo Podemos e deu errado. Saiu do Podemos e foi pro União Brasil para ter melhor estrutura e... deu errado.
Em todos esses saltos, sempre tem alguém por perto dizendo: "pode confiar, pula que a gente segura". É o tipo de frase que ninguém leva a sério em política. Pular, todo mundo pula. Mas, confiar é o primeiro passo pra quebrar o pescoço.
O último salto de Moro, do Podemos para o União Brasil, concorre para ser o mais engraçado, de tão infantil. Ele confiou que seria candidato a presidente na sigla, um partido que disputa com o MDB para saber qual é o que tem mais vertentes diferentes. Tem "bolsonarista", "lulista", "centrista" e pouquíssimos "moristas".
Chegando lá, após o fim do prazo para mudar de sigla, avisaram a ele que não iriam deixá-lo ser candidato. E ficou nisso.
No Podemos ele não tinha estrutura, no União Brasil ele foi completamente isolado, colocado num cantinho, no depósito, ajudando a enxugar a terceira via, que era o real objetivo desde o início. O União Brasil trabalhou para diminuir o engarrafamento e fortalecer a aproximação com PSDB e MDB. Usou Moro pra isso.
Todo dia sai um esperto e um bobo de casa. A chance de o bobo se chamar Sergio Moro é grande.