Bolsonaro (PL) está agindo para vencer através da derrota. O presidente aposta em derrotas certas, como o processo contra o ministro do STF Alexandre de Moraes, com o objetivo de criar argumentos para vencer a eleição, mesmo que perca.
A estratégia do presidente é confusa, mas bem límpida. Ele passa o dia construindo narrativas e tem contado com a repercussão de suas maluquices para crescer.
Essa não será uma eleição normal e a oposição não consegue perceber isso.
Se fosse ignorado quando ameaçasse a democracia, Bolsonaro teria mais dificuldade. Mas, para a felicidade dele, oposição e imprensa explodem em revolta, todos os dias, alimentando o jogo que ele criou.
Foi assim por anos, quando ele catava temas polêmicos para tentar chamar atenção na imprensa por defender o indefensável.
O que era visto como algo deplorável, por ser tão repetido acabou fazendo um presidente.
Agora, a aposta é a mesma. Bolsonaro percebeu que pode atacar a democracia e não sofre consequências (normal para quem já defendeu metralhar um presidente). Como todo mundo repercute as aparentes sandices ele segue se fortalecendo e preparando o futuro.
Bolsonaro está criando um seguro para ele próprio e família. Quer garantir um grupo fiel no futuro para garantir sobrevivência política caso perca a eleição. E esse grupo, radical, violento, é também o que ele pode usar para o caso de tentarem prendê-lo, como já mencionou Lula (PT).
Bolsonaro age para perder. E perdendo ele ganha.