Se alguém ainda tem dúvidas sobre a aproximação entre Marília Arraes e Eduardo da Fonte (PP), precisa saber que os dois estão fazendo parcerias no Congresso e têm sido vistos juntos por lá, já, há alguns dias no trabalho da Casa.
Quem acompanha a rotina dos dois diz que o anúncio em Pernambuco é questão de tempo.
Dudu já declarou apoio a André de Paula (PSD) no Senado. André está com Marília.
Alguns ajustes ainda precisam ser feitos para oficializar, nos dois lados. Eduardo da Fonte tem um grupo bolsonarista dentro do partido, que lhe garante uma chapa forte, da qual ele não pode abrir mão por questão de sobrevivência. Marília apoia Lula e precisa segurar os que a seguiram na saída do PT a aceitar uma aliança à direita.
Não são ajustes impossíveis, mas não se resolvem rápido.
Essa virada de Marília à direita é um dos motivos que inviabilizam apoio, no primeiro turno, de partidos de esquerda à deputada.
Em conversa com a coluna, o pré-candidato do PSOL ao governo, João Arnaldo, que foi vice dela na campanha de 2020, confirmou essa impossibilidade.
Cogitou-se que a federação PSOL/Rede subisse no palanque dela. Isso está descartado.
Anderson Ferreira
Diz-se que a estratégia de Marília é ter uma base à direita para se defender de ataques num segundo turno, como aconteceu em 2020.
Faz sentido, se o segundo turno for entre Marília e Anderson Ferreira. Em 2020, João Campos usou eleitores bolsonaristas contra ela, que caiu.
Na época, Anderson a apoiava, mas estava afastado do bolsonarismo. Ele chegou a declarar que apoiava Marília sem apoiar o PT, partido dela na última eleição.
Ela já estaria contando com uma disputa entre ela e Anderson?