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Cena Política

Por Igor Maciel
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Plano de Miguel Coelho não é a invenção da roda, mas se torna ousado por culpa do PSB

Pré-candidato lançou suas propostas para a campanha pelo governo do Estado. Ousadia lembra Eduardo Campos.

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Igor Maciel

Publicado em 13/06/2022 às 18:58 | Atualizado em 13/06/2022 às 19:22
SENTIMENTO Miguel Coelho declarou que pernambucanos estão cansados de tanto imposto - Jonas Santos/Divulgação

O plano de governo de Miguel Coelho (UB), pré-candidato a governador, tem um tom muito parecido com o utilizado por Eduardo Campos quando foi candidato em 2006.

Eduardo partiu atrás, não era favorito e tinha que chamar a atenção. Qualquer semelhança não é mera coincidência.

O plano, detalhado aqui, é arrojado, típico de quem tem pouco a perder e precisa se diferenciar pela ousadia.

Ousadia é algo que sobra ao nome do União Brasil.

Eduardo não venceu a eleição por causa do plano de governo, mas se diferenciou por ele e, o principal, cumpriu o que estava no papel, em seguida, quando foi eleito. Por isso, tornou-se viável para a presidência da República na época.

É importante, porque papel aceita qualquer coisa e quando não é colocado em prática vira comida para as traças. Eduardo tinha um olhar pragmático, mesmo estando no PSB. Governador, não tinha receio de fazer grandes planos porque era capaz de se articular com a iniciativa privada para lhe dar apoio.

E o que não dá pra negar, neste momento, é o olhar importante de Miguel sobre o que realmente importa que é investimento na reestruturação do ambiente de negócios para alavancar a economia.

Ficar dependendo do presidente da vez, como o PSB fez nos últimos 

PSB vive refém

A crise que o Brasil enfrenta é a mesma. Pernambuco, Bahia e Ceará estão dentro do mesmo país e da mesma região e os três são governados por partidos de esquerda.

O que explica que os cearenses e baianos não estejam sofrendo tanto quanto os pernambucanos?

É que o PSB coloca em prática algo que o PT só vende na teoria: a ideia de que se aliar ao setor privado é "pecado".

Quando o governo federal de Bolsonaro lhes faltou, Camilo Santana (PT) e Rui Costa (PT), no Ceará e na Bahia, já estavam investindo pesado em parcerias com o setor privado.

Em Pernambuco, Paulo Câmara (PSB) ficou dependendo do presidente da vez, além de brigar com todos eles desde que assumiu. E nunca teve articulação com o setor privado.

Sócio

A ousadia de Miguel está em propor um modelo pelo qual o governo viraria um tipo de sócio de empreendimentos privados que alavanquem a economia.

O programa usa a capacidade de investimento do estado, algo em torno de R$ 4 bilhões, para atrair outros R$ 8 bilhões do setor privado.

Isso faria a capacidade financeira de Pernambuco triplicar, trabalhando a gestão como indutora de desenvolvimento.

Alguém consegue enxergar um candidato com o perfil dos socialistas fazendo algo parecido no futuro? Hoje, não.

Importante dizer que o plano de Miguel não é a invenção da roda, mas é inovador num estado marcado por gestões públicas ranzinzas e limitadas por fatores ideológicos e partidários.

Ele só chama tanta atenção porque, além de estar bem fundamentado, é algo extremamente necessário num ambiente em que Paulo Câmara (PSB) deixou de cumprir muito dos planos de governo que apresentou em 2014 e 2018.

Porque papel aceita tudo.


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