Quem diz que o Legislativo não funciona em ano de eleição precisa conhecer a Câmara do Recife.
Seria bom, se não fosse ruim. O problema é o conteúdo do funcionamento. A Casa tem sido palco de brigas por causa de homenagens que os vereadores querem fazer pra faturar politicamente em ano eleitoral.
Já teve tentativa de homenagear ex-presidente militar. Já teve tentativa de retirar busto de ex-presidente militar.
Nesta terça-feira (05) teve mais confusão, porque bolsonaristas queriam dar uma medalha como homenagem para a esposa de Jair Bolsonaro (PL), Michelle Bolsonaro.
Dias antes, a confusão foi porque um vereador queria dar outra medalha, dessa vez ao próprio Jair Bolsonaro. Todas foram rejeitadas ou retiradas de pauta, até agora.
Confirmado: vereador do Recife anula projeto para homenagem a Bolsonaro
Esta semana teve também proposta também para dar medalha a Ciro Nogueira (PP). Não que ele tenha qualquer grande relação com o Recife. É só porque ele é presidente nacional do PP e aliado de Bolsonaro.
As medalhas propostas eram de Olegária Mariano (para Michelle) e José Mariano (para Jair e Ciro Nogueira), ambos abolicionistas.
Há quem diga que a eleição local não será nacionalizada. Os principais embates na Câmara acontecem entre candidatos a deputados de direita e de esquerda. Os temas quase nunca dizem respeito ao Recife e se constrangem à disputa esquerda direita, cheia de clichês e mesmices ideológicas dignas de Guerra Fria e Muro de Berlim.
Se não forem eleitos deputados, nossos vereadores vão passar os anos seguintes discutindo comunismo e capitalismo? Porque parece ser a isso que a Casa tem se resumido. O que não é justo com os recifenses.