Luciana Santos (PCdoB) aproveitou um evento de campanha para criticar Marília Arraes (SD) por ela não ter votado no projeto do Marco do Saneamento, que abriu caminho para a exploração do setor pela iniciativa privada.
A deputada diz que estava fazendo uma cirurgia e, por isso, se ausentou.
A iniciativa de Luciana faz parte da estratégia socialista de atacar a adversária pelas votações dela na Câmara.
Objetivo é ligar ela cada vez mais ao centrão e à centro-direita.
O problema é que votações em Brasília nem sempre atendem àquilo que a esquerda prega no dia-a-dia.
João Campos (PSB), por exemplo, quando se falava que votaria para eleger Arthur Lira (PP), o candidato de Bolsonaro (PL) na Casa, para presidente da Câmara, costumava dizer que a eleição da Mesa Diretora é diferente de todo o resto, como se fosse um “universo próprio”.
A própria votação do Marco do Saneamento é exemplo disso. O PSB, na época, liberou a bancada.
João Campos votou contra o projeto. Já Danilo Cabral (PSB) votou favorável.
É preciso descobrir se Luciana concorda com João ou com o cabeça da chapa dela, Danilo.
O PCdoB, que ela preside nacionalmente, orientou voto contra. Talvez seja um indício do que ela pensa.
Fato é que é muito complicado querer basear a desconstrução de alguém a partir de suas escolhas na Câmara.
Se for assim, o que Luciana acha do voto favorável ao Marco do Saneamento que, praticamente, privatiza o setor?
O que ela pensa de quem votou a favor do impeachment de Dilma Rousseff (PT)?
Isso, só pra começar.