Gilson Machado (PL) pode vencer a eleição para o Senado e é mais favorito do que muita gente imagina.
As pesquisas que contam com um cenário já realizado, sem os ex-ministros Armando Monteiro (PSDB) e Mendonça Filho (UB) como postulantes à Casa Alta, vão mostrar um fortalecimento do candidato mais identificado com o bolsonarismo em Pernambuco.
Rejeição de Bolsonaro?
Como isso vai ser possível se Bolsonaro tem rejeição de quase 70% no estado?
Porque numa eleição de Senado, na qual só importa o primeiro turno, a rejeição é um mero detalhe.
Observe que agora, postos todos os candidatos, Gilson é o único que tem seus votos certos, sem precisar brigar muito. Porque a identificação dele com Bolsonaro é incontestável.
Ele só precisa garantir que o número seja suficiente para vencer, mas não tem que convencer o eleitor de que ele é quem é.
Quem é de Lula
O que isso quer dizer? Teresa Leitão (PT) precisa disputar votos com André de Paula (PSD). São os votos lulistas. Cada um deles tem uma base como deputado federal e estadual, mas iniciaram uma guerra pelo voto da esquerda.
Um se apoia em Marília Arraes (SD) e na identificação dela com o ex-presidente petista. A outra, é histórica no PT e busca a ligação por aí.
Eles também disputarão votos com Guilherme Coelho (PSDB) e Carlos Andrade Lima (UB).
Gilson corre sozinho num público alvo que é naturalmente desprezado pelos lulo-petistas-socialistas: o bolsonarismo. Por isso é muito forte.
Percentual é bom
É verdade que Bolsonaro tem 70% de rejeição e estes tendem a votar na esquerda. Mas, vamos considerar que outros 15% votem em candidatos ligados aos palanques de Raquel Lyra e Miguel Coelho. Sobrando 15% dos votos para o bolsonarismo no Senado.
Esses 15% do eleitorado pernambucano representam robustos 1,1 milhão de eleitores.
Acreditem, é suficiente para Gilson vencer, a depender do cenário.
Grande abstenção
Há algo importante quando se trata de eleição para Senador: muita gente não escolhe ninguém. O índice de votos válidos é mais baixo que a média.
Em 2018, enquanto os votos válidos para deputado chegaram a 83%, para os senadores era de 61%.
Mesmo em 2014, quando era apenas uma vaga, os votos válidos para deputado ficaram 10 p.p acima dos de Senador.
Em 2014 só havia dois candidatos com chance. Hoje, há cinco. As votações tendem a pulverizar mais.