O carrinho de Bolsonaro (PL) saiu desse 7 de setembro cheio do que já estava na geladeira dele. Imagine que o presidente, antes de sair de casa, deu uma olhada na geladeira e, tendo que fazer um bolo, precisava comprar ovos e leite.
A geladeira estava cheia com suco de caju e nada mais. O presidente, então, promoveu uma ida ao supermercado durante o feriado. Sua lista tinha farinha, ovos, leite e um chocolate para adoçar os dias que, ultimamente, andam amargos.
A ida ao mercado foi um sucesso, exceto pelo que resultou na sacola. Ao chegar em casa, foi guardar as compras e percebeu que só trouxe para casa mais suco de caju.
Bolsonaro tem recebido listas de sua equipe de campanha. No debate da Band precisava se aproximar do eleitorado feminino, mas acabou criando caso com as mulheres novamente. Agora, a ordem era conquistar eleitores que ainda não votam nele. A instrução era ser menos radical e conquistar, principalmente, as mulheres.
Ele conseguiu evitar um clima belicoso durante as comemorações do Bicentenário da Independência que, em seu próprio benefício, decidiu transformar em evento de campanha.
Aqui é bom dizer: não existia, e nem existe, ambiente para um “golpe de estado” ou coisa do tipo. Isso é algo que está mais na fantasia de alguns setores da imprensa e da oposição do que no entorno de Bolsonaro. O presidente não afasta a ideia completamente porque sabe que isso o mantém nas manchetes. Mas até ele sabe que não tem força para isso.
A questão é que nos eventos do feriado nacional ele poderia ter contrariado as manchetes e feito acenos de paz e concórdia, o que deixaria sua imagem mais palatável para um eleitorado feminino.
E não se está aqui falando das mulheres que simpatizam com a esquerda, hoje eleitoras de Lula (PT), mas das mulheres evangélicas, um grupo que Bolsonaro não tem conseguido conquistar.
Ele poderia também fazer acenos a eleitores de Ciro Gomes (PDT) e Simone Tebet (MDB). Pesquisas desta semana mostraram que metade das intenções de voto dos dois poderá migrar para Lula num segundo turno. E os outros? E se Bolsonaro conseguisse atrair ao menos 10% ou 15% de quem, hoje, aposta numa “terceira via”? Essas pessoas não votam no PT por causa da corrupção e evitam Bolsonaro por causa de seu discurso radical.
Nos eventos de hoje, apesar das instruções que recebeu, quando fez discursos sobre ser “imbrochável” ou quando soltou indiretas contra o Poder Judiciário para incitar a plateia, quando reduziu a eleição a uma “luta do bem contra o mal” e quando colocou um empresário investigado pela Polícia Federal ao seu lado na Tribuna de Honra, Bolsonaro só conseguiu mais suco de caju.
O feriado de 7 de setembro começou com bolsonaristas apoiando fortemente Bolsonaro e terminou com bolsonaristas apoiando fortemente Bolsonaro. Mais suco de caju.
Agregador de pesquisas JC
Confira abaixo os números do agregador de pesquisas do JC com a Oddspointer: