A candidata à presidência da República Simone Tebet (MDB) foi a menos afetada, até agora, pela incursão petista em busca do voto útil. Ciro Gomes (PDT) é quem sofre mais.
Aproveitando a visita que faz ao Recife, a senadora falou por mais de 20 minutos com exclusividade para a Rádio Jornal e criticou a estratégia de Lula (PT).
O que Tebet não diz, nem dirá nunca, é que a queda de Ciro pode transformar ela em terceira colocada e jogar uma pressão final sobre Bolsonaro (PL) também com o voto útil.
Há quem aposte que o terceiro colocado pode se beneficiar do risco de uma iminente vitória lulista no primeiro turno. Na prática, se eleitores antipetistas perceberem que Bolsonaro não conseguirá evitar a vitória do PT, podem buscar uma alternativa de última hora.
Quem estiver logo em seguida teria vantagem. E pode ser ela, caso Ciro derreta.
Tebet não disse isso na entrevista que deu no Recife, mas de maneira esperta mencionou a “franja” de eleitores que votam em Lula para evitar Bolsonaro, ou votam em Bolsonaro para evitar Lula.
Ela sabe que esses eleitores fariam qualquer coisa para evitar a vitória do candidato que rejeitam. É essa alternativa que a candidata quer ser.
Simone não é uma franco atiradora, perdida na necessidade de ser presidente porque não disputaria a reeleição ao senado. Ela tem estratégia e jogou um anzol ao mar.
Se vai pegar algum peixe, é outra conversa. Mas ela sabe o que está fazendo.
Racreche
Tebet, em Pernambuco, é apoiada por Raquel Lyra (PSDB). Mesmo sem ser mencionada nas perguntas, Raquel acabou entrando nas falas da presidenciável. Entre os elogios, a menção à necessidade de creches em Pernambuco, como base para uma educação de qualidade. Em certo ponto, citou um "apelido" que a candidata ao governo do estado teria, por causa da atuação na prefeitura de Caruaru: "Racreche".
As duas terão agenda conjunta nesta quarta-feira.
Agregador de pesquisas JC
Confira abaixo os números do agregador de pesquisas do JC com a Oddspointer: