OPINIÃO

Tom ameno de Bolsonaro coincidiu com uma sequência de vitórias do governo na Câmara

Governo aprovou a medida provisória do Trabalho durante o surto da Covid, a MP que flexibiliza o ano letivo no combate à pandemia, assim como a MP que concede linha de crédito especial a pequenas e médias empresas

Cláudio Humberto
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Cláudio Humberto
Publicado em 06/07/2020 às 7:31
MARCOS CORRÊA/PR
Bolsonaro tem resistência a proposta ações mais forte na reforma administrativa. - FOTO: MARCOS CORRÊA/PR

'Jair do B' tem conquistado vitórias

O tom ameno do presidente Jair Bolsonaro coincidiu com uma sequência de vitórias do governo na Câmara, que aprovou a medida provisória do Trabalho durante o surto da covid, a MP que flexibiliza o ano letivo no combate à pandemia, assim como a MP que concede linha de crédito especial a pequenas e médias empresas. Tudo desde 16 de junho. Este novo momento tem a ver também com a chegada do centrão à "base governista" e do PSD, com a recriação do Ministério das Comunicações.

Desde a posse de Fábio Faria no Ministério das Comunicações, em 17 de junho, o governo coleciona vitórias na Câmara.

Aneel ajuda 'parceiras'

A crise se agrava, mas a agência "reguladora" de energia elétrica Aneel continua agindo como parceira de empresas e distribuidoras, em vez de regular em benefício do consumidor que a sustenta. Após a demagogia de proibir o corte de luz de famílias de baixa renda, por falta de pagamento na pandemia, liberou aumento na conta para "compensar as perdas". Como outras agências, usou a antiga lorota: "a alta no dólar".

Como acontece com os combustíveis, a Aneel deve fazer vista grossa e quando a pandemia passar e o dólar cair, não haverá redução na tarifa. Além de autorizar os aumentos, a Aneel sinaliza com empréstimo de até R$ 16 bilhões para dar "alívio" às distribuidoras pela queda na demanda.

Entre 2002 e 2009, governo Lula, distribuidoras cobraram R$ 7 bilhões a mais do que deveriam dos consumidores e ficou tudo por isso mesmo.

Apenas nos 24 municípios da grande São Paulo, o reajuste médio será de 4,23% para sete milhões de consumidores comerciais e residenciais.

Quem manda

Insistiu-se na lorota, na escolha do titular do MEC, de que os militares exigiam ser "consultados". Mal sabem que, no atual governo, militares não dão palpites, nem indicam ministros. Eles apenas batem continência.

Plantão

Parlamentares ávidos por cargos nos estados têm assediado o general Braga Netto, ministro da Casa Civil. Paciente, ele os recebe e atende ligações até altas horas, mas adverte: quem decide é o presidente.

Inadiável

A Câmara elege, hoje, o 3º secretário da Mesa Diretora, após saída de Fábio Faria (PSD-RN), nomeado ministro. A vaga é do PSD. O 3º secretário gerencia licenças médicas e viagens de deputados.

Conversa mole

Comentaristas de TV fechada, claramente carentes de fontes, continuam recorrendo a truques como "ala militar" ou "ala ideológica" para confirmar a desinformação observada pelo ministro Augusto Heleno (GSI).

Frase

"O apoio da base do presidente Bolsonaro tem sido fundamental", Tarcísio de Freitas (Infraestrutura) sobre a base de apoio do governo no Congresso.

Máquinas

A reabertura gradual da economia em várias cidades e estados iniciadas este mês teve impacto direto na indústria. Segundo a FGV, houve alta de 15,2 pontos no índice de confiança do setor, o maior da série histórica.

Na onda

Levantamento da plataforma Inteligov mostra que os parlamentares de todas as esferas do Legislativo estão loucos pelos holofotes da covid: apresentaram 6.325 projetos relativos à pandemia, até agora.

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