Você certamente tem um amigo, um parente brigão, desses que arruma confusão só para ver a poeira levantar, mas quando é encostado no canto da parede, dá uma esmorecida e sai em busca do entendimento.
O compositor baiano Dorival Caymmi (1914 – 2008) é autor de um dos versos que mais lembram esse tipo de gente que gosta de ingrisia. Diz o poeta:
"João Valentão é brigão
Pra dar bofetão
Não presta atenção
E nem pensa na vida
A todos João intimida
Faz coisas que até Deus duvida
Mas tem seu momento na vida…”
O presidente do Brasil, que costumava ameaçar abandonar o Mercosul, nesta quinta-feira (2), estava bem mais sereno, fez discurso conciliador, e chegou a ser elogiado pelo colega argentino, Alberto Fernández (Justicialista).
A nova “vive”, a nova onda de Jair Bolsonaro (sem partido) levou o presidente a usar um tom mais ameno no discurso até para reclamar de “visões” que chegam aos países vizinhos, que compõem o bloco (Argentina, Uruguai e Paraguai), “excessivamente distorcidas”, quanto à política de defesa da Amazonia, a proteção aos povos indígenas e o enfrentamento ao desmatamento.
“Nosso governo dará prosseguimento a diálogo com diferentes interlocutores para desfazer opiniões distorcidas sobre o Brasil e expor as ações que temos tomada em favor da proteção da floresta amazônica e do bem-estar das populações indígenas”, afirmou o presidente brasileiro.
Ou seja, depois de ter “virado a chave” no Brasil, dando início à pregação de harmonia entre os Poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário), com os colegas do Mercosul só faltou Bolsonaro dar um abraço em cada um deles. Não fosse pela reunião virtual!
Bolsonaro está mudado. É impossível dizer até quando, mas o hoje o presidente está - como se diz no sertão de Pernambuco - à base de maracugina.
Pense nisso!
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