Como ler os rótulos e entender as informações nutricionais dos alimentos

Publicado em 28/04/2017 às 22:33
Foto: NE10


A maioria dos consumidores tem dúvidas sobre os termos utilizados nas embalagens. Foto: Marcelo Camargo/ABr A prateleira do supermercado parece ser infinita, cheia de itens de vários tamanhos, cores, sabores e marcas. As embalagens enchem os olhos do consumidor. Ele compra, muitas vezes, sem se preocupar se o produto corresponde realmente àquilo anunciado. Para evitar que sedução das embalagens confunda o consumidor e o leve a tomar decisões equivocadas sobre a necessidade nutricional correta, o Instituto de Defesa do Consumidor (Idec) listou seis dicas para o consumidor “decifrar” o rótulo e utilizar essas informações para escolher adequadamente os alimentos. »Família é indenizada por informação incompleta em rótulo de biscoito »Azeite: fiscalização do governo identifica irregularidades em 45 marcas »Proteste analisa 48 espumantes; confira os melhores e que não dão ressaca

Dicas

  1. Leia a lista de ingredientes    A lista de ingredientes diz muito sobre o alimento. Ela é organizada por ordem decrescente, ou seja, o primeiro item é o que está presente em maior quantidade e o último, em menor. Assim, evite aqueles que contenham açúcar ou sódio entre os primeiros ingredientes da lista. Outra dica é evitar produtos com ingredientes de nomes complicados, que você não sabe o significado - geralmente são substâncias extraídas de alimentos (xarope de glicose, maltodextrina, isolados de proteína) ou aditivos (como corantes, conservantes etc.) e há grandes chances de o alimento ser ultraprocessado.   2. Confira as porções na tabela nutricional   A quantidade de nutrientes indicada na tabela nutricional diz respeito a uma determinada porção do produto, e, na maioria das vezes, ela não corresponde ao conteúdo total da embalagem. A porção pode se referir a apenas uma colher de sopa, uma xícara ou algumas unidades do alimento. Fique atento também ao comparar diferentes marcas de um mesmo produto, pois elas podem adotar porções variadas.     3. Verifique as porcentagens de Valor Diário (%VD)   O Valor Diário, ou %VD, diz respeito a quanto o teor dos nutrientes presentes na porção representa, percentualmente, da quantidade máxima recomendada pelo Ministério da Saúde para ingestão por dia. Por exemplo, se no item “sódio” aparecer 20% na indicação de %VD, significa que a porção do produto contém  20% da quantidade de sódio recomendada para consumo em um dia inteiro. Mas é preciso cuidado, pois o %VD é calculado com base em uma dieta recomendada para adultos saudáveis. Já para crianças, por exemplo, o limite de ingestão diária de cada nutriente é muito menor, mas mesmo produtos com apelo infantil normalmente utilizam a mesma referência para o %VD. Preste atenção principalmente ao %VD de calorias, gordura saturada e sódio. Para esses itens, quanto maior for o %VD, menos saudável será o alimento. No caso de fibras, cujo consumo é desejável, vale o contrário. Fique atento: quando o %VD apresenta um asterisco (*), que informa que não há quantidade de referência para aquele nutriente, não significa que a quantidade presente no produto seja insignificante. Isso quer dizer apenas que o Ministério da Saúde não estabeleceu um limite diário para o consumo desses nutrientes e por isso não é possível calcular o valor recomendado. Isso ocorre com gordura trans, por exemplo.   4. Fibras, minerais e vitaminas: seja crítico   Esses três nutrientes são importantíssimos para se ter uma alimentação saudável. Contudo, é importante ser crítico: um alimento que tenha vitaminas adicionadas, mas muitas calorias e gorduras, por exemplo, não é dos mais saudáveis. Não se deixe levar só pelas frases em destaque na embalagem (elas estão ali para chamar a atenção só para o que interessa à indústria), observe a composição total do produto.   5. De olho no tipo de gordura   As gorduras podem estar divididas em: totais, saturadas e trans. A primeira denominação refere-se à soma de todos os tipos de gorduras presentes no alimento. As gorduras saturadas merecem atenção, pois em excesso, podem aumentar o risco de doenças do coração. A gordura trans deve ser evitada ao máximo, pois o corpo humano não necessita dela para nenhuma função. Ela só traz prejuízos. Esse tipo de gordura costuma estar presente em alimentos ultraprocessados como margarina, biscoitos, sorvete e salgadinho. No entanto, é preciso atenção redobrada, pois nem sempre um produto cuja tabela nutricional indica ter zero gordura trans realmente não tem esse nutriente. A legislação permite que sejam declarados como zero teor se houver até 0,2 g de gordura trans por porção. Para descobrir se há ou não, é preciso checar a lista de ingredientes. Se tiver gordura vegetal hidrogenada, por exemplo, certamente tem gordura trans.   6. Cheque o prazo de validade    O prazo de validade deve indicar o dia e o mês de vencimento quando for inferior a três meses da data de fabricação. Caso seja superior, pode ser informado apenas o mês e ano de validade. A origem do produto é outra informação importante. Com ela, é possível verificar onde ele foi fabricado e, dessa forma, valorizar a produção local. Além disso, o rótulo deve informar o número do lote, utilizado pela indústria para controlar a produção. Você não precisa prestar atenção nele na hora da compra, mas, caso haja algum problema, o produto pode ser analisado ou recolhido por meio dessa informação.
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