O Índice de Confiança do Consumidor (ICC) da Fundação Getúlio Vargas e Instituto Brasileiro de Economia (Ibre), subiu 2,2 pontos em fevereiro, para 78 pontos, após quatro meses de perdas consecutivas. Medido em médias móveis trimestrais, o ICC manteve a tendência de queda, com redução de 1,2 ponto.
Para Viviane Seda, coordenadora de pesquisas do FGV Ibre, o início da campanha de imunização contra a covid-19 no país e a possibilidade de reedição do auxílio emergencial podem ter colaborado para reduzir o desânimo do consumidor em fevereiro. Os níveis de confiança, no entanto, continuam baixos. "A sustentação de uma tendência de alta dependerá de fatores como a velocidade da vacinação, da evolução dos números da pandemia no Brasil e, principalmente, da recuperação do mercado de trabalho, algo difícil no primeiro semestre de 2021, considerando-se a grande dificuldade que será novamente enfrentada pelas empresas do setor de serviços, segmento que mais emprega no país", afirmou Viviane Seda.
PERCEPÇÃO
Segundo o levantamento do FGV Ibre, em fevereiro, houve melhora tanto da percepção dos consumidores em relação ao momento atual quanto das expectativas para os próximos meses. Ambos, porém, se mantém em patamar desfavorável e em nível inferior ao observado em dezembro. O Índice de Situação Atual (ISA) aumentou 1,4 ponto, para 69,5 pontos enquanto o Índice de Expectativas (IE) subiu 2,7 pontos, para 84,8 pontos.
Entre os quesitos que medem o grau de satisfação com a situação atual, o indicador que mede a percepção dos consumidores em relação à situação econômica geral aumentou 1,4 ponto em fevereiro, para 74 pontos, após uma sequência de três quedas consecutivas. O mesmo comportamento foi verificado para o indicador que mede a percepção sobre a situação financeira atual, que apresentou variação positiva de 1,4 ponto, para 65,5 pontos, mas ainda se mantendo em patamar baixo em termos históricos.
EXPECTATIVAS
Em relação às expectativas, o indicador que mede as perspectivas para a economia foi o que mais contribuiu para o aumento da confiança ao subir 4,8 pontos, para 107,1 pontos. Já o indicador que mede as perspectivas sobre a situação financeira das famílias subiu 2,6 pontos no mês, para 90,2 pontos. Apesar do aumento das expectativas, consumidores se mantêm cautelosos em relação ao consumo de bens duráveis. O indicador de ímpeto de compras registrou variação de 0,3 ponto, para 59,2 pontos, nível extremamente baixo em relação a série histórica.
A análise por faixas de renda mostra que houve ligeira recuperação da confiança em todas as famílias,exceto entre aquelas com maior poder aquisitivo, com renda entre R$ 4.800 eR$ 9.600, cujo ICC caiu 0,9ponto. O maior aumento (5,8 pontos) se deu entre famílias com menor poder aquisitivo, mas o resultado não compensa a forte queda de 8,7 pontos em dezembro.