Os direitos do consumidor, por Edilson Vieira

Consumidor

Por Edilson Vieira
INFLAÇÃO

Custo da cesta básica de alimentos subiu em 13 capitais no mês de agosto

Ao comparar agosto de 2020 com agosto de 2021, o preço dos alimentos básicos subiu em todas as 17 capitais que fazem parte do levantamento do DIEESE

Cadastrado por

Edilson Vieira

Publicado em 08/09/2021 às 15:11
ABISMO Em novembro, salário ideal para uma família seria de R$ 5.969,17 - DIVULGAÇÃO

O custo médio da cesta básica de alimentos aumentou em 13 cidades brasileira e diminuiu em quatro, de acordo com a Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos, realizada mensalmente pelo DIEESE (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) em 17 capitais. As maiores altas foram registradas em Campo Grande (3,48%), Belo Horizonte (2,45%) e Brasília (2,10%). As capitais onde o custo apresentou queda foram Aracaju (-6,56%), Curitiba (-3,12%), Fortaleza (-1,88%) e João Pessoa (-0,28%).

A cesta mais cara foi a de Porto Alegre (R$ 664,67), seguida pelas de Florianópolis (R$ 659,00), São Paulo (R$ 650,50) e Rio de Janeiro (R$ 634,18). Os menores valores foram registrados em Aracaju (R$ 456,40) e Salvador (R$ 485,44). Ao comparar agosto de 2020 a agosto de 2021, o preço do conjunto de alimentos básicos subiu em todas as capitais que fazem parte do levantamento. Os percentuais oscilaram entre 11,90%, em Recife, e 34,13%, em Brasília.

MÍNIMO

Nos primeiros oito meses de 2021, 16 capitais acumularam alta, com taxas entre 0,28%, em Goiânia, e 11,12%, em Curitiba. Com base na cesta mais cara que, em agosto, foi a de Porto Alegre, o DIEESE estima que o salário mínimo necessário deveria ser equivalente a R$ 5.583,90, o que corresponde a 5,08 vezes o piso nacional vigente, de R$ 1.100,00. O cálculo é feito levando em consideração uma família de quatro pessoas, com dois adultos e duas crianças.

O tempo médio necessário para adquirir os produtos da cesta, em agosto, segundo o DIEESE, ficou em 113 horas e 49 minutos (média entre as 17 capitais), maior do que em julho, quando foi de 113 horas e 19 minutos. Quando se compara o custo da cesta com o salário mínimo líquido, ou seja, após o desconto referente à Previdência Social (7,5%), verifica-se que o trabalhador remunerado pelo piso nacional comprometeu, em agosto, 55,93% (média entre as 17 capitais) do salário mínimo líquido para comprar os alimentos básicos para uma pessoa adulta. Em julho, o percentual foi de 55,68%.

Como se comportou o preço dos produtos

CAFÉ

O quilo do café em pó subiu em 17 capitais. As altas oscilaram entre 0,71%, em Recife, e 24,78%, em Vitória. Mesmo em período de colheita, os preços seguiram em alta, pois os produtores retiveram o grão, à espera de melhores preços, pois existe a expectativa de menor oferta no futuro, devido às geadas do final de julho. O açúcar apresentou elevação de preço em 16 capitais. Os maiores aumentos ocorreram em Florianópolis (10,54%), Curitiba (9,03%), Belo Horizonte (5,61%) e Recife (5,01%). A queda foi registrada em Natal (-2,78%). A oferta restrita de açúcar, por causa do clima seco e da geada no Sudeste, foi o principal fator de elevação do preço médio do produto nas capitais.

LEITE

Entre julho e agosto, o litro do leite integral teve acréscimo em 14 capitais e o quilo da manteiga, em 12. As maiores altas do leite foram observadas em Aracaju (5,70%), João Pessoa (2,41%), Salvador (2,20%) e Rio de Janeiro (2,01%). Já a manteiga teve os principais aumentos em Curitiba (4,57%), Salvador (4,20%) e São Paulo (3,04%). A menor oferta de leite no campo fez com que houvesse disputa acirrada entre as indústrias de laticínios para a compra de matéria-prima e os preços aumentaram.

BATATA

O quilo da batata, pesquisada no Centro-Sul, teve aumento de preço em nove das 10 capitais onde o tubérculo é pesquisado. As maiores altas ocorreram em Brasília (39,64%), Rio de Janeiro (36,36%) e Belo Horizonte (33,09%). O clima reduziu o ritmo da colheita e a oferta de tubérculos foi menor no varejo.

FEIJÃO

O preço do feijão recuou em 13 capitais. O tipo carioquinha, pesquisado no Norte, Nordeste, Centro-Oeste, em Belo Horizonte e São Paulo, registrou queda entre -3,94%, em Campo Grande, e -0,11%, em Fortaleza. As altas ocorreram em Belo Horizonte (1,41%), São Paulo (0,58%) e Salvador (0,54%). Já o custo do feijão preto, pesquisado nas capitais do Sul, em Vitória e no Rio de Janeiro, não variou em Porto Alegre e diminuiu em Curitiba (-6,93%), Vitória (-3,89%), Florianópolis (-3,10%) e Rio de Janeiro (-2,61%). Os altos patamares de preço do feijão preto e do tipo carioquinha têm reduzido a demanda, devido ao empobrecimento das famílias.

ARROZ

O preço do quilo do arroz recuou em 13 capitais e as quedas variaram entre -7,67%, em Aracaju, e -0,54%, em Fortaleza. As maiores taxas foram registradas em Recife (3,21%) e Belém (1,60%). Parte da colheita foi retida pelos produtores com o objetivo de manter o preço elevado, mas as indústrias beneficiadoras reduziram a compra do grão, uma vez que a demanda pelos consumidores finais foi menor.

Tags

Autor

Veja também

Webstories

últimas

VER MAIS