Pequenas atitudes que são o meio para grandes conquistas, inclusive financeiras
A reflexão não é apenas focar nos números, no preço, mas ter uma mudança de mentalidade financeira, para que você passe a ter a criticidade de observar o que realmente precisa
Isso é o que temos visto frequentemente, os pequenos cuidados com a saúde, o dia a dia e a responsabilidade me protegem e protegem também o outro. Mas podemos levar o cuidado e a responsabilidade necessária para outros pontos de nossa vida também. É importante estarmos sempre atentos às oportunidades de poupar no dia a dia. Mas, com uma rotina corrida, por vezes, deixamos escapar algumas chances de economizar, e nos deixamos levar pelas “facilidades” que nos deparamos e pelo impulso em situações corriqueiras. Por isso, listei algumas dicas preciosas para que você não ignore essas oportunidades.
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Para abrir, trago uma que atualmente tenho reforçado mais, e há tempo chamo atenção, pois vejo que a maioria das pessoas não faz valer. É em relação à assinatura do Netflix. Hoje, uma parte grande dos brasileiros tem a assinatura, mas não analisa bem o plano que mais se adequa entre as várias opções existentes, e com o tempo, percebi que muitos assinantes pagam R$ 27,90 (permite assistir em duas telas simultaneamente), quando o plano de R$ 19,90 (permite uma tela por vez) atende. Ao saber disso, muitos alegam que a diferença de R$ 8 é muito pequena, mas desde março de 2019 esses preços mudaram e o pacote de 19,90 foi para 21,90 e o de 27,90 para 32,90. Com isso, a diferença mensal entre esses, que são os dois planos mais populares do Netflix, passou a ser de R$ 11/mês, portanto 37,5% de aumento. Gosto de olhar percentuais porque ajuda a refletir melhor.
Esses preços podem mudar, mas o importante é perceber que o menor valor já atende a maioria dos usuários, mas por alguma razão isso ainda passa despercebido por muita gente. Você pode pensar que são apenas R$ 11 de diferença. Mas é um pagamento fixo, que está todo mês no seu cartão e, no ano, gera R$ 132 de despesa, que já muda um pouco a forma de ver, não é mesmo?
A reflexão não é apenas focar nos números, no preço, mas ter uma mudança de mentalidade financeira, para que você passe a ter a criticidade de observar o que realmente precisa e usar esses pacotes de forma mais adequada para o seu dia a dia. É mentalidade, percepção, comportamento. Se você abraça isso, leva não só para o Netflix (que aqui serviu apenas como exemplo), mas para várias outras situações do dia a dia.
Outra coisa que ainda é comum ver pessoas que pagam caro, é a tarifa mensal do plano de celular. Muitas vezes, isso acontece por falta de conhecimento do plano contratado. Primeiro se informe bem em relação ao que o seu plano te oferece, tem limite de minutos para ligações? Cobra deslocamento se você tiver em outro estado e usar o telefone? Qual o pacote de dados, isto é, quantos gigas para acesso à internet você tem direito? Com base nisso, analise o seu consumo, se você realmente usa tudo o que tem direito, ou muito menos. Pesquise na sua operadora o plano que mais se adequa a sua real necessidade, procure saber o plano que seus amigos de trabalho ou familiares estão usando, se estão satisfeitos. Facilmente, você vai encontrar quem tem os mesmos serviços, ou até melhores que os seus, e está pagando menos. Então, tente negociar na sua operadora, indicando as condições que alguém tem e que atendem a sua necessidade, e se não tiver êxito, hoje em dia, a portabilidade é uma coisa simples, fácil e rápida, diferente dos “primórdios”, em que se mudasse de operadora, precisava mudar o número e por aí vai.
O mesmo se repete para combo de TV a cabo, internet e telefone fixo. Use a mesma lógica e passo a passo que indiquei acima, identifique o seu plano, a que ele te dá direito, observe se de fato usa / precisa de tudo o que tem, procure saber as condições da concorrência, negocie, ajuste, corra atrás, pois ninguém pode fazer isso por você!
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E você pode estar aí pensando: “mas é muito chato ligar para as operadoras e esperar, negociar isso hein!?” Te digo que não é nada agradável, mas não me dou por vencido, é uma ligação por ano, pois sempre fecho o acordo por este período, e com isso durmo tranquilo, sabendo que faço o que está ao meu alcance.
Vamos a outro ponto, se o seu trabalho não exige muito tempo externo, e com isso trabalha num lugar fixo e com alguma estrutura, isso te permite levar almoço. Na fase que vivemos, alguns hábitos mudaram, aproveite então para ajustar melhor essa rotina, e não precisa ser todo dia, mas alguns dias que você puder levar o almoço de casa fará uma bela economia. Reforço que não precisa ser todos os dias, mas se você fixa pelo menos dois ou três dias para isso, já é uma quantia relevante poupada quando somadas durante um mês e ao longo de um ano. Se você está numa fase de poupar para uma viagem de férias ou feriado adiante ou qualquer outro objetivo, tem uma motivação, então por que não levar esse almoço de casa? Por que não ajustar, adequar o seu orçamento, teto de gasto do almoço a cada dia a fim de poupar e com isso ter fôlego financeiro para outros objetivos? Estabeleça um teto para gastos com almoço de trabalho, isso é importante!
Outro ponto que destaco é para que você negocie as suas compras. Não existe regra que loja de shopping não pode dar desconto ou que a loja A, B ou C pelo nível ou local que está não facilite a forma de pagamento. Então, procure saber se no débito melhora a condição, se pagando em espécie você vai barganhar e ter um desconto legal. Mais uma vez, não é apenas pelo preço, mas pela percepção de que pequenos ganhos podem te proporcionar a realização de grandes objetivos. Isso é construído no dia a dia, e com uma nova forma de encarar esse pacote de dicas, é adotar para o dia a dia e perceber que o comportamento muda e o orçamento respira melhor.
Outros pontos são interessantes e reais, totalmente possíveis de adequação e redução. Tal como a anuidade do cartão de crédito, que para a maioria das pessoas não faz sentido pagar, pois o acesso ao crédito dado por um cartão sem anuidade já atende a real necessidade. Vejo repetidamente pessoas que pagam anuidade, com isso têm acesso a benefícios do cartão, e milhas que nunca usam, ressalto aqui que não sou contra milhas e benefícios, porém se não há gestão e uso delas, perde o sentido. Trago também a reflexão quanto à tarifa do pacote de serviços para manutenção da sua conta junto ao banco, que a maior parte das pessoas pagam e nem sequer percebem isso, e muitas vezes pagam por mais serviços do que precisam junto ao banco. Isso pode ser adequado, pagando uma tarifa menor, tendo um pacote que oferece algo mais próximo do que realmente usa, ou se o uso é muito pouco pode optar pelo pacote de serviços essenciais, que tem custo zero segundo a resolução 3.919 do Banco Central, que inclusive não diferencia tal direito por segmento do banco, o que inclui os de alta renda (Prime, Personalité, Estilo, Van Gogh entre outros). Mas a verdade é que esta linha, e não só ela, mas também as agências de varejo, não facilitam a adesão a este pacote, mas caso você não consiga e queira correr atrás, pode abrir uma ouvidoria junto ao Banco Central por telefone ou pelo site do mesmo.
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Segundo pesquisa do Guia Bolso, a média de despesas do brasileiro para manter cartão de crédito, conta bancária e ted/docs é de R$ 700, e que 99% dos brasileiros não usam de fato os serviços que constam nos pacotes de serviços.
Corra atrás, outro dia conseguimos uma grande redução num serviço específico da minha empresa, em que após alguns contatos por e-mail, foi agendada uma ligação e tive a orientação da pessoa para alguns procedimentos no sistema que me permitiram um desconto de 72% no serviço até 2022. É preciso dedicar tempo, correr atrás e as coisas acontecem.
Por fim, fica a dica de que adiante, com mais liberdade e segurança, valorizando mais as possibilidades que a sua cidade oferece, você opte também por passeios e pelo lazer ao ar livre. Independente se você mora no litoral ou numa cidade que não tem praia, sempre tem praças, parques e locais que proporcionam o contato com a natureza, que oferecem boas programações. Use a criatividade para fazer melhor uso desses espaços e tire o foco de centros comerciais, de ambientes fechados e das passarelas de consumo que nos levam ao impulso e um ritmo frenético de cores e estímulos. Valorize a essência daquilo que está alinhado com o que você mais valoriza.
A nossa construção financeira é feita no dia a dia, entre planejamento, economia, formação de reserva e bons investimentos. Sempre temos oportunidades de poupar. Às vezes, estão a um palmo do nosso nariz, mas não percebemos, com isso, estamos rasgando dinheiro. Pagando mais do que deveria por um serviço que poderia custar menos, sem comprometer a qualidade desejada.
Sinta-se abraçado e até a próxima!