Finanças pessoais, com o consultor Leandro Trajano

Dinheiro

Por Leandro Trajano
Opinião

Você já ouviu falar na economia prateada?

Escutei falar pela primeira vez nesse termo "Economia Prateada", no ano de 2017 ou 2018, e, na verdade, ele ainda é pouco usado. Leia a opinião de Leandro Trajano

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Leandro Trajano

Publicado em 21/06/2021 às 8:12
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Escutei falar pela primeira vez nesse termo "Economia Prateada", no ano de 2017 ou 2018, e, na verdade, ele ainda é pouco usado. Segundo o estudo TSUNAMI60 , o termo significa a soma de todas as atividades econômicas associadas às necessidades das pessoas que têm mais de 60 anos e aos produtos e serviços que elas consomem ou um dia vão consumir.

Estamos falando de algo que desponta como a terceira maior atividade econômica no mundo, e no Brasil representa cerca de 20% do consumo nacional. Quando vamos para os números em relação à bolsa de valores, os investidores 60 são responsáveis por quase 55% de todo o capital investido por pessoas físicas, o equivalente a cerca de 274,1 bilhões. Segundo dados da B3, até abril de 2021, 563 mil investidores com mais de 56 anos estavam na Bolsa, isto é, pouco mais de 15% dos CPFs cadastrados.

Sim, ainda existe um desencontro em relação à idade. Vemos menções que se referem a partir de 50 anos (acho muito jovens), a partir dos 55 ou 60 anos como a idade inicial dos que estão nessa geração prateada, sendo denominados como a idade de entrada da economia prateada, como aqueles que começam a fazer parte desse grupo. Com a pandemia, o crescimento dos consumidores on-line a partir de 55 anos foi muito grande, o que faz com que o envolvimento e participação da economia prateada seja ainda mais alta, e naturalmente tende a se expandir devido à média de idade de nossa população e também ao avanço da tecnologia. De certo, essa geração que agora entrou com tudo nesse mercado, veio para ficar.

Por essas e outras, vale a reflexão em relação ao seu negócio ou ao meio que você trabalha. Como tem olhado para esse público? Sem dúvidas, é mais do que hora de considerar e se voltar também para ele.

Como trouxe um pouco acima, a população nessa faixa etária tende a crescer no Brasil nas próximas décadas, como é possível observar na Projeção da População do IBGE, que indica que em 2043 um quarto da população deve ter mais de 60 anos. Hoje, o Brasil tem cerca de 13% da população na faixa dos 60 anos, o que representa mais de 28 milhões de pessoas. De fato, muito a crescer, isso representa mais movimento para a Economia Prateada, mais demandas e oportunidades.

Uma pesquisa recente do IBOPE, mostrou que a pandemia deu um empurrãozinho na adesão a mais tecnologias, como os aplicativos transacionais (pagamentos, compras e afins), que sempre foi algo que gerou medo nesse público. Em pesquisa recente com pessoas acima de 55 anos, se viu, por exemplo, que 45% deixaram de ir às agências bancárias, enquanto 42% passaram a usar mais os canais on-line. Com isso, é menos exposição, e não só durante a pandemia, mas depois também, mais segurança, praticidade e conforto.

Mas é importante entender bem o público, pois entre 50 e 75 anos, a diferença é grande. Estão na economia prateada, mas os costumes, interesses, ritmo e mais hábitos mudam bastante nessa faixa ampla, por isso, quem tem interesse de alcançar esse público precisa segmentar bem, entender e planejar, criar a estratégia ideal que procure o melhor dessa relação para os dois lados. Sem dúvidas, falamos de um grande potencial de mercado, que tem muita demanda e hoje ainda é pouco observado.

Um público que cada vez mais segue ativo no trabalho, nas viagens, no consumo, na rotina. Se você parar para pensar, quando se fala de vovô e vovó, o que vem à mente de primeira já não é um senhorzinho de bengala ou uma senhora na cadeira de balanço fazendo crochê. O tempo voa e pessoas como Bruna Lombardi, Madonna, Maitê Proença, Gretchen, já passaram dos 60 anos, a Xuxa está quase lá! Outros como Serginho Groisman, Tony Ramos e Faustão já bateram os 70 e por aí vai.

Naturalmente, a atenção aos cuidados com a saúde aumenta nessa fase da vida, mas também é importante o cuidado financeiro, pois surgem as demandas pessoais e familiares. Por isso, a necessidade de um olhar sob as finanças, equilíbrio e planejamento para que possa viver da melhor forma nessa fase, colhendo os frutos do que se plantou ao longo da vida, ou ainda tentando ajustar o que não foi feito com o passar dos anos.

Certamente, você já deve ter ouvido alguém questionar o porquê de guardar dinheiro para quando ficar velho, ou que ficar rico depois de velho não tem graça, mas eu acho que deve ter sim! Isso significa a possibilidade de escolher um bom plano de saúde, de poder curtir a vida e viajar, se divertir sem maiores limitações e dores de cabeça devido aos problemas financeiros, não depender dos filhos, familiares ou ajuda de terceiros nesse período, entre outras razões que justificam de forma clara e bem válida isso.

Vale, portanto, a reflexão e o olhar para esta geração, para a economia prateada e em relação ao que você vem plantando ou plantou para o que deseja colher hoje e mais adiante.

Abraço a até a próxima!

 

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