Após o governo de Pernambuco prorrogar, pela sexta vez, o decreto que suspende aulas presenciais no Estado para escolas da educação básica, o presidente do Sindicato das Escolas Particulares de Pernambuco (Sinepe), José Ricardo Diniz, afirmou que está "estarrecido" com a decisão e que a "educação não é prioridade" do Estado. A declaração foi dada durante uma entrevista concedida à Rádio Jornal, na tarde desta segunda-feira (14).
"A nota que o Governo do Estado soltou para os veículos de comunicação pode trazer algumas leituras bem claras. Primeiro que educação não é prioridade, isso está sacramentado e está na contramão dessa realidade" disse José Ricardo Diniz. Em pernambuco, há cerca de 2.400 escolas particulares, no qual estudam 400 mil alunos.
Na nota citada pelo presidente, o governo afirmou que a decisão de prorrogar até o dia 22 de agosto foi tomada após uma reunião do Enfrentamento à covid-19. " O Governo de Pernambuco, após reunião do Gabinete de Enfrentamento à COVID-19, decidiu prorrogar até o dia 22, a suspensão das aulas presenciais na Educação Básica em todo o Estado. Os dados serão avaliados novamente na próxima segunda-feira, para deliberação sobre o cronograma do plano de retorno das redes pública e privada", disse o texto.
Para o presidente, um outro ponto importante é que, segundo ele, o único local em que não ocorreria as aglomerações que estão acontecendo em feriados, fins de semana e no dia a dia, seriam as escolas, visto que a volta às aulas exigiria um controle rígido com protocolos. Ele também fez comparações de Pernambuco com outros lugares do Brasil, como Manaus, que já teve as aulas retomadas.
Nesta segunda-feira, o presidente irá se reunir com o Comitê de Crise e na terça-feira (15) haverá uma assembleia em que será decidido se a categoria irá realizar um novo protesto contra a decisão do Estado. Durante a conversa, José Ricardo Diniz ainda afirmou que acredita que o posicionamento do governo tem a ver com questões políticas, mas quando foi questionado sobre o assunto, no entanto, disse que não gostaria de entrar em detalhes.
De acordo com o presidente, os pais dos alunos têm apoiado o retorno das atividades presenciais. "Fizemos uma nova pesquisa com cerca de 20% das escolas, que equivale a 500 instituições, e mês a mês vem subindo a confiança dos responsáveis", declarou.
De acordo com ele, o apoio dos responsáveis está ocorrendo, porque eles estão percebendo como os filhos estão emocionalmente e presenciando a exposição às aulas remotas, que, ainda segundo o presidente, não é algo ruim, mas que deve também haver a opção do ensino presencial.
Apenas o arquipélago de Fernando de Noronha está autorizado pelo governo a voltar às aulas. Será a partir da próxima semana, no dia 22 de setembro. A ilha tem apenas uma escola e uma creche, ambas vinculadas à rede estadual, somando 619 alunos.
A autorização para o reabertura das escolas em Noronha se deu porque a ilha, segundo o governo, não registra transmissão comunitária da covid-19 desde o final de abril. Os primeiros a voltarem ao ensino presencial serão os 402 estudantes da Escola de Referência em Ensino Fundamental e Médio (Erem) Arquipélago Fernando de Noronha, a partir do dia 22 de setembro.
Nessa data, voltam os alunos do ensino médio. Na terça-feira seguinte, 29, serão os dos anos finais do ensino fundamental. E por último, em 6 de outubro, os estudantes das séries iniciais do fundamental.
Para os 217 alunos da creche, o Centro Integrado de Educação Infantil (CIEI) Bem-Me-Quer, a liberação ocorre a partir de 13 de outubro. Nessa data vão ser liberados as crianças da educação infantil. Uma semana depois, em 20 de outubro, retornarão os pequenos que ficam no berçário