Donos de escolas particulares de Pernambuco cogitam fazer um novo protesto para pressionar o governo estadual a liberar as aulas presenciais para a educação infantil e o ensino fundamental. Decreto que mantem os colégios fechados para essas duas etapas da educação básica, por causa da covid-19, foi renovado pelo governo estadual até dia 31. Expirava ontem. Somente o ensino médio está liberado para o ensino presencial, de forma gradual, desde 6 de outubro.
"O Governo de Pernambuco, por meio do Gabinete de Enfrentamento à COVID-19, decidiu prorrogar até o dia 31 de outubro a suspensão das aulas presenciais do ensino fundamental e educação infantil", limitou-se a informar, ontem, o poder Executivo.
"Quando todos os indicadores da covid-19 apontam para queda em Pernambuco, o governo divulga uma nota simplesmente informando a manutenção do decreto. Sem justificar a decisão com questões técnicas ou científicas, o que mostra falta de argumentos. Nenhuma explicação. Os sentimentos são de frustração e incredulidade", afirma o presidente do Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino de Pernambuco (Sinepe), José Ricardo Diniz. "Isso evidencia questões políticas por trás da decisão", opina.
Uma assembleia com os donos de escolas será realizada na tarde desta terça-feira. "Definiremos que rumos vamos tomar. Pode haver uma nova manifestação, agora com mais adesão das famílias que defendem o retorno do ensino presencial", observa José Ricardo. No dia 3 de setembro, o Sinepe fez um protesto no Recife para cobrar a liberação de um cronograma de volta às aulas. Naquela data, nenhuma etapa estava liberada.