Estudantes do 1º ano do ensino médio voltam às aulas presenciais em Pernambuco

Primeiranistas foram os últimos do ensino médio a poderem retornar às salas de aula em Pernambuco; liberação aconteceu nesta terça-feira (20)
JC
Publicado em 20/10/2020 às 10:25
"Estava muito ansiosa, desejando volta há muito tempo, não estava rendendo no online", afirmou Bruna Beltrão, 16, aluna do 1º ano do Colégio Boa Viagem Foto: YACY RIBEIRO/JC IMAGEM


Após a liberação para os 3º e 2º ano, chegou a vez dos estudantes do 1º ano do ensino médio da rede particular voltarem às salas de aula em Pernambuco nesta terça-feira (20). Para os ensinos infantil e fundamental, o decreto que mantém a proibição, por causa da covid-19, foi renovado pelo governo do Estado até dia 31 de outubro. Já na rede estadual, os concluintes devem retornar, segundo cronograma oficial, nessa quarta-feira (21), mas professores da rede estadual anunciaram greve a partir desta data.

A primeiranista Luana Kattah, 15, do Colégio Santa Maria, em Boa Viagem, Zona Sul do Recife, estava contando os dias para retornar à unidade, não conseguiu dormir bem esta noite e ficou com frio na barriga ao entrar na escola. "É extremamente gratificante voltar. Tenho a sensação de estar segura aqui na escola, estava com saudades do contato, do calor humano e dos professores também", disse. No colégio, que adotou sistema de rodízio, podiam ir 110 alunos do primeiro ano nesta terça, mas só foram 57.

Para João Felipe Gomes, 16, também do 1º ano, o mais difícil será ter que cumprir todos os protocolos e ficar longe dos amigos. "Foi muito importante voltar depois de sete meses de aula online, estava sentindo muita falta dos colegas, queria realmente voltar ao presencial. No online o rendimento acaba sendo mais fraco, estava com muita saudade dos professores", relatou.

Já no Colégio Boa Viagem, localizado no bairro homônimo, a alegria pelo retorno foi a mesma. "Estava muito ansiosa, desejando voltar há muito tempo, não estava rendendo no online", afirmou Bruna Beltrão, 16, do 1º ano. A instituição sugeriu que cada aluno escrevesse em um papel a palavra que resumia o sentimento do dia, e a palavra "saudade" foi a mais recorrente, e a escolhida por Bruna, que sentia falta da rotina.

Ameaça de novo protesto

Por Margarida Azevedo

Donos de escolas particulares de Pernambuco cogitam fazer um novo protesto para pressionar o governo estadual a liberar as aulas presenciais para a educação infantil e o ensino fundamental. Decreto que mantem os colégios fechados para essas duas etapas da educação básica, por causa da covid-19, foi renovado pelo governo estadual até dia 31. Expirava ontem. Somente o ensino médio está liberado para o ensino presencial, de forma gradual, desde 6 de outubro.

"O Governo de Pernambuco, por meio do Gabinete de Enfrentamento à COVID-19, decidiu prorrogar até o dia 31 de outubro a suspensão das aulas presenciais do ensino fundamental e educação infantil", limitou-se a informar, ontem, o poder Executivo.

"Quando todos os indicadores da covid-19 apontam para queda em Pernambuco, o governo divulga uma nota simplesmente informando a manutenção do decreto. Sem justificar a decisão com questões técnicas ou científicas, o que mostra falta de argumentos. Nenhuma explicação. Os sentimentos são de frustração e incredulidade", afirma o presidente do Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino de Pernambuco (Sinepe), José Ricardo Diniz. "Isso evidencia questões políticas por trás da decisão", opina.

Uma assembleia com os donos de escolas será realizada na tarde desta terça-feira. "Definiremos que rumos vamos tomar. Pode haver uma nova manifestação, agora com mais adesão das famílias que defendem o retorno do ensino presencial", observa José Ricardo. No dia 3 de setembro, o Sinepe fez um protesto no Recife para cobrar a liberação de um cronograma de volta às aulas. Naquela data, nenhuma etapa estava liberada.

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