Confira como foi o retorno presencial do ensino fundamental nas escolas privadas em Pernambuco nesta terça

Volta facultativa dos alunos entre o 6º e 9º ano acontece apenas nas unidades privadas. Na rede estadual e municipal, ainda não há previsão para o retorno
JC
Publicado em 10/11/2020 às 8:50
Retorno das aulas no Colégio Fazer Crescer, no bairro do Rosarinho, Zona Norte do Recife Foto: YACY RIBEIRO/JC IMAGEM


Além dos estudantes do ensino médio, que passaram a ser recebidos nas escolas privadas há cerca de um mês, agora as unidades abrem as portas também, por aval do Governo de Pernambuco, para os 100 mil alunos de ensino fundamental 2, que compreende as turmas de 6º ao 9º ano. A volta é facultativa nesta terça-feira (10), isto é, quem preferir continuar em casa, pode assistir às aulas remotamente, como acontece desde março, por causa da pandemia da covid-19Já nas escolas municipais e estaduais, ainda não há previsão de quando os alunos podem voltar às escolas.

No Colégio Saber Viver, localizado no bairro do Rosarinho, Zona Norte do Recife, estiveram presentes nesta manhã 25 de 250 alunos do 6º ao 9º ano. "Fizemos uma pesquisa para saber das famílias sobre a volta, e 35% responderam que sim, que queriam o presencial, de 250 alunos do fundamental 2. Dividimos as turmas em grupos A e B, um grupo vem nessa semana e o outro na semana que vem. Vamos ter aula de 7h15 às 12h, e quem ficar em casa vai ficar no remoto", explicou a diretora pedagógica Natalia Ayres.

A aluna do 6º ano Maria Alice Moura, 12, foi uma das que decidiram assistir às aulas presencialmente. "Estou bem nervosa e estava bem ansiosa para voltar, mas queria muito voltar para a escola. O mais difícil vai ser a vontade de abraçar e não poder. O online é mais complicado para a gente se concentrar, estou gostando da ideia de voltar para a escola", disse.

Já o Colégio Fazer Crescer, no Rosarinho, também na Zona Norte, decidiu escalonar a volta das últimas séries do fundamental. Nesta terça, voltaram apenas duas turmas do nono e sétimo anos. Na quarta, está liberado o retorno para o sexto e oitavo anos. E, na quinta-feira, todas as turmas liberadas pelo protocolo estadual podem ir à escola.

A primeira atividade na unidade consistiu na explicação, feita pelas coordenadoras, do protocolo sanitário. A escola pediu que os alunos cheguem usando uma máscara e tragam mais duas extras, e montou um esquema para garantir que houve a troca do acessório. A primeira deve ser branca. No intervalo, devem usar outra, e, quando voltam às salas, devem usar uma colorida ou estampada.

A aluna Lorena Santos, 15, do nono ano, comemora o retorno. "Estou feliz em voltar para a escola. Assisti aos vídeos e me sinto muito segura com o retorno. Acordei uma hora mais cedo que o normal, acho que pela ansiedade, arrumei a bolsa e separei a farda ontem. É mais fácil prestar atenção em sala de aula do que em frente à tela do computador. É mais fácil dispersar no remoto", afirmou.

Avaliação sindical

Contrário à volta presencial, o Sindicato dos Professores de Pernambuco (Sinpro-PE) visitou, na manhã desta terça, escolas particulares do Recife, Jaboatão dos Guararapes e de Paulista com o intuito de fazer um balanço da presença dos estudantes. Segundo a organização, diretores das unidades informaram que apenas 30% dos alunos do fundamental voltaram. Já no subúrbio, a porcentagem repassada é de que 80% das escolas reabriram e algumas grandes unidades não voltaram. "Muitas escolas estão alegando que isso foi combinado em reunião, mas sabemos que não, devido ao medo e a situação atual das UTIs", disse Paulo César Lopes, tesoureiro geral do Sinpro, em menção ao aumento da ocupação das Unidades de Terapia Intensiva do Recife por pacientes com sintoma do coronavírus.

Esse contingente de alunos, no entanto, já era a expectativa do Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino de Pernambuco (Sinepe). "O retorno está se processando dentro da perspectiva que tínhamos inicialmente, algo em torno de 30% a 35% nesse primeiro momento", revelou José Ricardo Diniz, presidente do sindicato, que completou: "eu não considero pouco, considero que é até pertinente e interessante. É natural que, em um primeiro momento, tenham famílias que prefiram aguardar o desenrolar dos acontecimentos. O mais importante disso tudo é que a parceria entre família e escola, necessária sempre, torna-se mais estreita."

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