Estudantes da educação infantil da rede privada de Jaboatão dos Guararapes, no Grande Recife, não voltarão às aulas presenciais nesta terça-feira (24), data autorizada pelo Governo de Pernambuco para o retorno de crianças com idade até 5 anos às aulas. A decisão foi tomada pela prefeitura com base nos indicadores do novo coronavírus (covid-19) no município. Jaboatão tem mais de 10,3 mil casos confirmados e 878 óbitos pela doença.
De acordo com a secretária de Educação Ivaneide de Farias Dantas, as 54 instituições particulares de educação infantil do município foram comunicadas no último dia 17 de novembro sobre a decisão. "Encaminhamos ofício para a escolas privadas de educação infantil informando que não seria possível o retorno às aulas presenciais, devido aos indicador, que passou a ser vermelho naquela data no município. A educação infantil exige uma atenção maior por ser um ambiente de afetos, no qual a criança tem o costume de abraçar os professores, os colegas", justificou a gestora.
O indicador, explica a secretária de Saúde de Jaboatão Zelma Pessoa, foi criado em julho e leva em consideração informações como o número de casos confirmados no município, o número de internações clínicas, o número de óbitos e a ocupação de leitos de UTI regulados pelo Estado. Os parâmetros são acompanhados por um colegiado composto por representantes das secretarias de Saúde, Educação e Desenvolvimento Institucional e são calculados a cada 15 dias, podendo ser classificados como verde, amarelo ou vermelho.
"Só consideramos estável quando dois ciclos, ou seja, duas quinzenas, ficam verdes, mostrando segurança. No dia 17, esse indicador, que já foi verde e amarelo, ficou vermelho. Estamos no meio do cálculo novo para os próximos 15 dias. Mesmo se ao fim desse período sinalize verde, temos que aguardar mais 14 dias para checar se ele se mantém estável", explicou Zelma Pessoa.
A secretária afirma ainda que a decisão é tomada pensando em um contexto metropolitano. "Esse cuidado é porque Jaboatão faz parte da Região Metropolitana do Recife, que tem limites tênues e fluxo diário entre as cidades. Somos o segundo maior município em número de casos e óbitos, perdendo apenas para a capital, que fica muito próxima. Esse cuidado é para que nesse trânsito, nesse fluxo, se minimizem os danos no próprio território", salienta.