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Enem e Educação

Por Mirella Araújo e equipe
COLUNA ENEM E EDUCAÇÃO

Os impactos e desafios da educação na pandemia de covid-19 foram tema de debate na Rádio Jornal

Foram convidados Luiz Curi, do CNE; Fred Amancio, secretário de Educação do Recife; e o consultor Francisco Cunha. Eles participaram do Programa Super Manhã, com Wagner Gomes

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JC

Publicado em 09/02/2021 às 19:13 | Atualizado em 09/02/2021 às 19:15
Aulas presenciais foram suspensas em todo o País, em março do ano passado, por causa da covid-19 - Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Em meio ao início do ano letivo e a discussão sobre os formatos do ensino, o impacto da pandemia de covid-19 na educação foi tema do debate do Programa Super Manhã desta terça-feira (09) na Rádio Jornal. As dificuldades vivenciadas por alunos, professores e gestores públicos no ano passado, a falta de articulação nacional do Ministério da Educação (MEC), o desafio de ampliar o acesso à tecnologia, a preocupação com o aumento das taxas de evasão e abandono escolar e abstenção histórica do Enem (55%) foram alguns dos assuntos abordados.

O comunicador Wagner Gomes conversou com o professor Luiz Curi, conselheiro do Conselho Nacional de Educação (CNE); com o atual secretário de Educação do Recife, Fred Amancio; e com o consultor, arquiteto e urbanista Francisco Cunha. 

Ouça o debate aqui

Wagner citou uma pesquisa realizada pela Fundação Lemann, o Itaú Social e Imaginable Futures. O estudo mostrou que três meses depois do início da suspensão das aulas presenciais, em março do ano passado, ainda havia cerca de 4,8 milhões de estudantes, o equivalente a 18% do total de alunos dos ensinos fundamental e médio da rede pública, que não teriam recebido nenhum tipo de atividade, nem por meios eletrônicos, nem impressos.

Para Luiz Curi, os prejuízos causados pela pandemia na educação são reversíveis. "Quero crer que é possível reverter esse quadro. Houve um grande esforço do Conselho Nacional de Educação, dos conselhos estaduais, das secretarias de Educação, do MEC, dos professores e das escolas para minimizar esses impactos. As famílias se aproximaram mais das escolas, foram adotadas alternativas para o ensino remoto, com aulas pela internet, pela TV, pela rádio, com entrega de materiais", destacou Luiz Curi. "Por parte do CNE, tivemos dois pareceres e uma portaria no sentido de flexibilizar o ensino e os currículos", complementou.

Na avaliação de Fred Amancio, além de recuperar a aprendizagem neste ano letivo, as redes públicas terão o grande desafio de evitar o abandono escolar. "O Brasil já tinha altas taxas de evasão e abandono antes da pandemia. Com a covid-19 e a falta das aulas presenciais, muitos estudantes ficaram desestimulados. Evitar esse afastamento da escola deve ser uma das ações de 2021", enfatizou o secretário de Educação do Recife. Ele acredita que muitos jovens desistiram de fazer o Enem justamente por causa das dificuldades que tiveram para estudar no ano passado.

O consultor Francisco Cunha destacou que um dos aspectos positivos da pandemia na educação foi a mudança na forma de ensinar, inserindo a tecnologia definitivamente na rotina escolar. "Mexeu com o ensino tradicional. Não só na educação, mas em muitas outras atividades profissionais. A digitalização é irreversível. No novo normal, quem não se preparar para isso vai ter grandes desvantagens", comentou.

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