Em greve há nove dias, professores da rede estadual de Pernambuco realizaram assembleia geral nesta terça-feira (27) e decidiram manter a paralisação no Estado. O movimento paredista começou na segunda-feira da semana passada, no dia 19, motivado pela decisão do governo de volta às aulas presenciais neste momento da pandemia de covid-19. Os professores consideram que a reabertura das escolas coloca a vida da comunidade escolar em risco.
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Em nota, o Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Estado de Pernambuco (Sintepe) apenas confirmou que a greve continua. O Sindicato representa professores e professoras da rede pública estadual, além de servidores administrativos, analistas e contratos temporários.
Nas escolas estaduais, o retorno das aulas presencias definido pelo governo começa no dia 19 com turmas da educação infantil, 1º ao 5º ano do ensino fundamental e 3º ano do ensino médio. Nesta segunda (26) voltaram os estudantes dos 8º e 9º anos do ensino fundamental e do 2º ano do ensino médio. Na semana que vem, em 3 de maio, a autorização é para as 6ª e 7ª séries do ensino fundamental e 1º ano do ensino médio.
A paralisação dos professores foi decretada ilegal pela Justiça, que estipulou multa de R$ 200 mil por dia de descuprimento. Considerando que são oito dias de greve, até essa segunda-feira (26), a dívida do Sintepe já soma R$ 1,6 milhão.
Em entrevista concedida à Rádio Jornal na tarde desta terça-feira (27), a presidente do Sintepe, Valéria Silva, afirmou que a categoria tem recorrido da decisão. "O jurídico está vendo isso. Entramos na justiça aqui e recorremos ao Superior Tribunal Federal (STF), em que questionamos o fato dela ser ilegal, disse.
A presidente ainda falou do medo que os profissionais sentem em retornar às atividades presenciais. "O protocolo do governo não dá conta, porque sabe como crianças e jovens são. Pode haver o contágio e todo mundo pegar. O medo é muito grande, não tem uma escola que não tenha confirmado um caso", declarou.