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Enem e Educação

Por Mirella Araújo e equipe
COLUNA ENEM E EDUCAÇÃO

Se levasse a sério a Educação, Bolsonaro não precisaria ser "convencido" da urgência em mudar o ministro

Rumores são de que o presidente Bolsonaro vai mesmo trocar o ministro da Educação, Milton Ribeiro, diante do escândalo envolvendo pedidos de propinas para liberação de verbas federais para prefeituras

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Margarida Azevedo

Publicado em 28/03/2022 às 15:38 | Atualizado em 28/03/2022 às 16:12
O levantamento ouviu 251 professores alfabetizadores de 206 municípios do País - GUGA MATOS/ACERVO JC IMAGEM

É cada vez mais forte o rumor de que o presidente Jair Bolsonaro vai tirar o ministro da Educação, Milton Ribeiro, do cargo. Diante das graves denúncias de pedido de propinas de pastores evangélicos para liberação de verbas federais para prefeituras, com anuência de Ribeiro, é o mínimo que o chefe do Executivo nacional pode fazer. Se confirmada a saída, o Brasil terá o quinto ministro da Educação na atual gestão, iniciada pouco mais de três anos atrás, em janeiro de 2019. E que acaba no próximo mês de dezembro (ao menos esse mandato).

Um dos problemas do País é sempre escolher os ocupantes dos cargos baseados não no currículo que a pessoa tem na área que vai atuar ou no conhecimento sobre o assunto. No Brasil, infelizmente, senta na cadeira quem tem aliados políticos, quem é mais forte não nas tarefas que poderá desempenhar, mas sim nas ligações que mantem com quem está no poder.

Depois da saúde, a educação foi uma das áreas mais afetadas pela pandemia de covid-19, que começou justamente no segundo ano de gestão de Bolsonaro. Diante da necessidade de afastamento das aulas presenciais e da falta de acesso a equipamentos tecnológicos, por exemplo, estudantes que já sofriam com defasagens de aprendizado passaram a ser ainda mais prejudicados.

Faltou coordenação política do MEC para tentar mitigar os prejuízos para milhares de alunos brasileiros. E o preço dessa falta de prioridade com educação será pago por essa geração que vivencia a pandemia nas escolas.

Os números são muito preocupantes. No pico da pandemia, o Brasil chegou a ter 5 milhões de crianças sem acesso à educação, principalmente as mais pobres, indígenas e afrodescendentes, segundo o Unicef.

Na alfabetização, entre 2019 e 2021 houve um aumento de 66,3% no número de garotos de 6 e 7 anos de idade que não sabiam ler e escrever, conforme levantamento feito pelo Movimento Todos pela Educação a partir de dados do IBGE.

O escândalo que envolve o integrantes do MEC e lideranças religiosas é pra deixar qualquer brasileiro indignado. Sobretudo num governo que se elegeu com o discurso de transparência e combate à corrupção. Lamentável que Bolsonaro precisa ser "convencido" de que a mudança no comando do MEC é pra ontem.

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