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Por Mirella Araújo e equipe
COLUNA ENEM E EDUCAÇÃO

Casal que adotou homeschooling defende liberdade das famílias escolherem modelo de educação para os filhos

Há seis anos Adna e Luciano Barbosa são os responsáveis pela educação escolar dos três filhos, Letícia, João e Laís

Cadastrado por

Margarida Azevedo

Publicado em 22/05/2022 às 8:12 | Atualizado em 22/05/2022 às 8:13
Há seis anos Adna e o marido Luciano decidiram colocar os três filhos, Letícia (14 anos), João (13) e Laís (10) em homeschooling - Adna Souza Barbosa

Pais de três filhos (10, 13 e 14 anos), a dona de casa Adna Souza Barbosa, 39 anos, e o marido, o servidor público Luciano Barbosa, 49, decidiram adotar o homeschooling em 2017, ou seja, seis anos atrás. Os dois mais velhos frequentaram a escola, mas a caçula nunca esteve numa sala de aula formal. O casal, sobretudo Adna, é que acompanha mais de perto a rotina educacional das crianças.

"Antes de ter filhos eu queria adotar o homeschooling, já pesquisava sobre isso. Primeiro por uma vocação, por saber que esse é meu papel primordial, de educar meus filhos, é tarefa da família. Sempre trouxe para mim essa responsabilidade. Que quem deveria educá-los era eu. Deus deu condições de meu marido me sustentar e trabalhar e eu puder cumprir com meu dever. Faço com muito prazer", conta Adna.

Ela matriculou os mais velhos na escola por causa da pressão da sociedade. "A gente sofre uma pressão cultural muito grande. Tratam a escola como uma necessidade básica. Se não está na escola num está aprendendo. Em meio a essa pressão, acabei colocando. Você acaba convencido que não é capaz de educar seus filhos. Infelizmente a sociedade impõe isso", observa Adna.

"Baseado no medo, você age. Fiquei com medo de não dar conta, por isso coloquei na escola. Essa pressão esmaga a gente", comenta Adna. Depois de se aprofundar sobre o assunto, decidiu adotar o homeschooling e está bastante satisfeita. 

ROTINA

De manhã, os três filhos têm momentos de leitura e de realização de atividades. À tarde fazem outras atividades como esportes e música, por exemplo. A filha mais velha, Letícia, está no ensino médio. João, o do meio, nos anos finais do ensino fundamental, e Laís, a caçula, nas séries iniciais.

"Em casa a gente tem oportunidade de ver a singularidade de cada criança e no ritmo dela. Se tivesse na escola teria que cumprir aquele horário formal e seguido por todos", diz Adna. A família contratou uma plataforma online para ter um currículo a seguir.

Ela refuta a afirmação de alunos de ensino domiciliar têm prejuízos na convivência social. "É uma falácia, um argumento de quem é contra o homescooling. Meus filhos participam de grupos na igreja, fazem esportes, música, convivem com crianças da idade deles. São muito sociáveis", assegura Adna.

AUTONOMIA

"A gente trabalha muito a autonomia das crianças. É uma educação dirigida pelos pais, mas eles aprendem muita coisa por conta própria. Não necessariamente ensinamos tudo. Eles têm autonomia para buscar o conhecimento", afirma Adna.

"Não somos contra o modelo tradicional escolar, mas sejamos honestos. O ambiente acadêmico e social das escolas está muito ruim. Não tirei meus filhos da escola só por isso, mas foi um dos pontos que considerei. Queremos liberdade para escolher o modo de educar nossos filhos", conclui.

 

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