Nos próximos dias, o Ministério da Educação deve publicar portaria que adia a implementação do Novo Ensino Médio.
Atualmente, a reforma está sob o período da consulta pública sobre o tema, iniciada em março e possuindo 90 dias de duração.
A decisão do Governo Lula interfere diretamente no novo formato do Enem 2024, uma vez que o novo Ensino Médio requer uma grade curricular diferente da oferecida anteriormente.
Em entrevista ao Diário do Nordeste nesta segunda-feira (03), o ministro da Educação, Camilo Santana, falou sobre a suspensão das mudanças no exame.
“Não é só simplesmente chegar e revogar, é preciso discutir. É isso que nós precisamos fazer. Espero que nesses 90 dias da portaria, a gente possa ter uma decisão e deveremos suspender qualquer mudança no Enem em relação a 2024 por conta dessa questão do novo ensino médio”, afirmou Camilo.
Novo Ensino Médio
A principal mudança do Novo Ensino Médio é relacionada à nova organização da grade horária.
60% da carga horária dos três anos é destinada para as disciplinas regulares. Os 40% restantes ficam para disciplinas optativas de diferentes áreas de conhecimento.
Além disso, o número de horas obrigatórias em sala de aula passa de 800 para pelo menos 1000. Isso resulta de quatro a cinco horas diárias.
A implementação foi iniciada em 2022 de forma gradual, porém houve dificuldades que levantaram críticas dos educadores e estudantes.
Alguns dos empecilhos estão relacionados à incoerência nos conteúdos curriculares, perda de espaço de disciplinas como filosofia e sociologia, falta de infraestrutura, de professores e de formação para conteúdos lecionados.