Gangue aterroriza surfistas no Grande Recife

Nas praias do Cabo de Santo Agostinho, roubos de carros são frequentes
Felipe Vieira
Publicado em 16/07/2020 às 9:35
Praia de ITapuama Foto: ALEXANDRE GONDIM/JC IMAGEM


 

Por Felipe Vieira, da coluna Grande Recife. Com fotos de Alexandre Gondim.

 

As praias do Paiva e de Itapuama, ambas no Cabo de Santo Agostinho, são alguns dos poucos refúgios dos surfistas no Grande Recife. Embora não livres do risco de ataque de tubarão, são points onde os praticantes do esporte desfrutam de uma relativa tranquilidade. Além, claro, da proximidade com o Recife, que facilita as coisas para quem mora na capital.

ALEXANDRE GONDIM/JC IMAGEM - Praia de ITapuama

O que tem tirado o sossego dos banhistas é a violência. Um grupo vem aterrorizando as duas praias nos últimos meses, praticando pequenos furtos e roubo de carros. O modus operandi é conhecido: os criminosos se passam por frequentadores da praia e ficam a uma distância segura, observando a chegada dos carros com os surfistas. Como a maioria vai apenas para pegar onda e volta, sem base de apoio no local, deixam os veículos na praia e escondem as chaves em algum lugar enquanto estão no mar.

É quando a quadrilha age. Muitos surfistas tiveram os veículos roubados, principalmente na praia conhecida como Nordestão (famoso point do surfe local), no Paiva. Os relatos têm se multiplicado entre os praticantes do esporte, sempre acompanhados de alerta para os que vão se aventurar pelas praias da área sul do Grande Recife. "Já cheguei a ver um grupo de quatro rapazes ficar sem nada, só com as pranchas na areia, se perguntando como voltariam para casa, pois tinham levado o carro com os documentos, celulares e tudo mais", comenta, sob sigilo, um frequentador da praia.

ALEXANDRE GONDIM/JC IMAGEM - Praia do Paiva

"Quando vou surfar tento achar um lugar pago para estacionar e vou andando. Não dá mais para deixar o carro na praia", afirma um surfista morador do Recife. "Tem gente que deixa no pé da ponte pedagiada e anda até a praia".

O caso tem repercutido nos grupos de surfe no Whatsapp. Praticantes do esporte têm apelado para a divulgação massiva do caso como forma de alertar a polícia. "As pessoas que praticam esses crimes são conhecidas na área, mas infelizmente não são presas", afirma outro surfista, morador de Itapuama.

ALEXANDRE GONDIM/JC IMAGEM - Point do Nordestão, no Cabo de Santo Agostinho

É óbvio que não haverá policiais para patrulhar diariamente praias pouco frequentadas. Mas o caso tem toda cara de ser pontual: o de uma quadrilha específica, localizada, e que está tocando o terror na área. Nada que seja muito difícil de resolver com uma investigação e uma ação cirúrgica.

Com a palavra, a Secretaria de Defesa Social.

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