Um chefe da Receita Federal foi nomeado pelo Governo Jair Bolsonaro para um cargo em Paris após ele tentar articular a entrada das famigeradas joias de R$ 16,5 milhões no Brasil. A nomeação aconteceu em 30 dezembro de 2022, um dia após outro colaborador de Bolsonaro tentar recuperar as joias junto ao Fisco no Aeroporto de Guarulhos, em São Paulo.
O homem que ganhou cargo em Paris é Julio Cesar Vieira Gomes, que comandava a Receita Federal na ocasião. Ele foi nomeado adido (um cargo diplomático) da Receita Federal em Paris. O despacho foi assinado pelo então vice-presidente Hamilton Mourão, já que Bolsonaro, nesta data, já havia abandonado o país. As informações são do g1.
JOIAS DO BOLSONARO
Segundo a reportagem, Julio falou com Bolsonaro no final de 2022 para fazer uma última tentativa de recuperação das joias. Na ocasião, Bolsonaro tentou alegar que as joias precisavam ser reavidas pois haveria troca de governo federal.
Após esse contato de Julio com Bolsonaro, um outro funcionário, Mauro Cid, ajudante de ordens, enviou um ofício à Receita Federal informando que um sargento da Marinha iria ao Aeroporto. Assim que o sargento se fez presente em Guarulhos, Julio tentou contato com o responsável pela Receita de plantão, sem sucesso.
Julio, então, atuou diretamente em conjunto com a presidência da República para dar uma "carteirada" e recuperar as joias, também sem sucesso.
Até o momento, as joias permanecem sob guarda da Receita Federal. A nomeação de Julio Cesar para o cargo em Paris foi derrubada por Fernando Haddad, ministro de Lula.
JOIAS MICHELLE BOLSONARO
O conjunto de joias avaliadas em R$ 16,5 milhões foram um presente da Arábia Saudita para a então primeira-dama Michelle Bolsonaro.
O governo Bolsonaro poderia entrar com o kit no Brasil mediante pagamento de tributação da receita (em torno de R$ 12 milhões), ou gratuitamente, caso declarassem que as joias eram presente para o país, e não para a família Bolsonaro.
Segundo a Receita Federal, o clã Bolsonaro não tentou regularizar a situação.