Por Fernando Castilho da Coluna JC Negócios
Desde que os números da covid-19 se estabeleceram como uma tendência firme, a partir do dia 4 de abril, uma dúvida estabeleceu entre os analistas que observam o crescimento da doença. A concentração dos casos em apenas cinco estados com igual tendência de mortes.
Neste domingo, quando o número de detectados chegou a 61.888 casos a concentração em apenas cinco estados (São Paulo, Rio de Janeiro, Ceará, Pernambuco e Amazonas) chegou a 68,49% onde as unidades registraram 42.390 com 3391 óbitos.
O fato de São Paulo, sozinha (20.715), concentrar 33,47% e lamentar 40.42% das mortes com 1.700 óbitos é compreensível. Embora todas as autoridades admitam haver uma grande subnotificação uma vez que o estado tem 40 milhões de habitantes 12,05 milhões delas apenas na capital.
Assim como o Rio de Janeiro, com 7.111 casos e 645 mortes cuja população é de 16,50 milhões, 6,35 milhões deles na capital.
Pernambuco com 9,3 milhões de habitantes registrou 4.898 casos e 415 mortes atrás do Ceará que tem 8,85 milhões de habitantes e registrou 5.833 casos com 327 mortes. O Amazonas com 3,88 milhões de habitantes registrou 3.883 com 304 mortes com o governo do Estado admitindo que seu sistema de saúde entrou em colapso.
Os cinco estados registram 80,64% das mortes por coronavírus no Brasil. E os outros 21 mais o Distrito Federal registraram 19.36%.
Mas o que intriga os analistas é o que está registrado abaixo desse tip five da crise. Ou porque os cinco estados que vem a seguir (Maranhão, Bahia, Para, Espírito Santo e Minas Gerias) registaram juntos apenas 9.550 casos com apenas 397 mortes.
Dito de outra forma: cinco estados com uma população de 54,67 milhões de habitantes tem um quadro de óbitos menor que Pernambuco.
O mais integrante está nos demais 16 estados mais o Distrito Federal. Juntos eles contabilizaram 9.9.94 casos com 417 óbitos.
Como não há informação de que esses estados adotaram medias efetivas de maior isolamento e nem que as redes hospitalares estão fazendo mais teste que os outros 10 dez, fica a dúvida sobre o nível de subnotificação não só da civid-19, mas de toda a mortes que estão acontecendo nesses estados.
Tem mais: Estado como São Paulo, Rio de Janeiro estão destinando volumes altíssimos para enfrentar a doença. São Paulo terá ao menos 20 hospitais. O Rio de Janeiro não menos de 10 além de sua rede de hospitais federais.
Depois dos dois maiores estados do Brasil Pernambuco é, reconhecidamente o estado que mais tem processado e oferecido informações sobre a doença. Até este domingo já tinha anunciado gastos de R$ 400 milhões com a epidemia.
Além disso o volume de leitos (só a Prefeitura fará 1.089) em três novos hospitais além do governo do Estado mais de 2 mil está muito na frente dos demais estados do Nordeste.
Tanto o governo do Estado como as prefeituras do Recife, Jaboatão, Caruaru e Petrolina estão investindo em sistemas de monitoramento.
Pernambuco georreferenciou até os bairros do Recife onde estão registrados os casos com um sistema desenvolvido pela Seplag (https://dados.seplag.pe.gov.br/apps/corona.html#mapas).
Assim como o Recife com a In-Loco (https://www.inloco.com.br/pt/) está monitorando as zonas de maior concentração de pessoas
Mas a dúvida continua. Porque Pernambuco está, por exemplo, com uma média de infecção muito na frente de Mingas Gerais, Bahia e Paraná onde os números estão cada vez mais distantes e onde já há uma fortíssima pressão para a reabertura das atividades devido a baixa expansão da covid-19?
De qualquer forma a esperança é sempre de que o nível de expansão da doença nos demais estados brasileiros tenha de fato um comportamento diferente dos cinco maiores centros de expansão de casos.
Isso aconteceu nos Estados Unidos e até mesmo na Itália e na Espanha. E que a incidência seja a repetição do que já aconteceu nos demais países.
O que só reforça a necessidade dos governos desse cinco estados atuarem mais fortemente na defesas de seus sistemas de suade e divulgação das necessidades de isolamento social.
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