Cenário econômico em Pernambuco, no Brasil e no Mundo, por Fernando Castilho

JC Negócios

Por Fernando Castilho
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Coluna JC Negócios

Neutralidade de Bolsonaro e silêncio de Lula mostram Brasil afinando com Rússia que invadiu Ucrânia

Silêncio de Lula é constrangedor, já que nas últimas viagens ao exterior foi recebido por líderes contrários a Putin

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Fernando Castilho

Publicado em 28/02/2022 às 8:30 | Atualizado em 28/02/2022 às 20:50
ENCONTRO Reunião servirá para aprovar uma resolução pedindo uma sessão extraordinária da Assembleia Geral da ONU sobre a invasão da Ucrânia pela Rússia, informaram fontes diplomáticas - TIMOTHY A. CLARY / AFP

O presidente Jair Bolsonaro (PL) disse, neste domingo (27), que o Brasil irá adotar um posicionamento neutro em relação à invasão russa à Ucrânia pois não quer "trazer as consequências do embate para o país".

Principal candidato da oposição, Lula se posicionou através do Instagram. Disse o seguinte: "Ninguém pode concordar com guerra, ataques militares de um país contra o outro. A guerra só leva a destruição, desespero e fome".

O PT acusou os Estados Unidos pela "contínua expansão da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) em direção às fronteiras russas. Trata-se de política belicosa, que nunca se justificou, dentro dos princípios que regem o Direito Internacional Público". O Partido do Trabalhadores (PT) depois apagou a nota publicada nas redes sociais.

A posição dos dois principais atores nas próximas eleições fez com que, ao contrário de dezenas de países, não ocorressem manifestações no Brasil. Os protestos contra a invasão russa se repetiram, neste domingo (27), em diversas cidades do mundo.

A posição do Brasil tem sido dúbia. Enquanto na ONU o Brasil condenou a invasão da Rússia ao território da Ucrânia durante seu voto no Conselho de Segurança das Nações Unidas na sexta-feira (25), no mesmo dia, o Brasil também votou contra declaração de condenação à Rússia na Organização dos Estados Americanos (OEA).

A posição do governo brasileiro com o discurso de neutralidade é em linha com a China, por exemplo, que se absteve de votar na reunião do Conselho de Segurança da ONU.

Os argumentos de Jair Bolsonaro de que "o mundo todo está conectado, que o que acontece a 10 mil km influencia no Brasil" e que o Brasil precisa “ter muita responsabilidade, porque temos negócios, em especial com a Rússia, o Brasil depende de fertilizantes" têm mais alinhamento com o apoio que Putin lhe deu quando o recebeu em Moscou. A recepção, inclusive, terminou com Bolsonaro dizendo que o Brasil é solidário à Rússia. Isso, ainda lhe rendeu fortes críticas dos Estados Unidos dizendo que o País estava do lado errado.

O caso do silêncio de Lula é ainda mais constrangedor pelo fato de que nas suas últimas viagens ao exterior ele foi sido recebido por Emmanuel Macron, líder francês, como chefe de estado e de o primeiro-ministro da Espanha, Pedro Sánchez, chefe do governo espanhol, tê-lo acolhido no Palácio da Moncloa, em Madri. Espanha e França, como se sabe, estão na linha de frente contra Moscou. A ponto de Macron ter emitido um comunicado sugerindo aos seus concidadãos sair de Moscou.

O silencio do PT e de Lula, portanto, no mínimo, é uma descortesia com que lhe recebeu com pompa. É importante lembrar que no segundo semestre, preocupado com a desenvoltura de Lula no exterior, Bolsonaro pediu às suas embaixadas para listar países afinados com ele para fazer visitas.

Na sexta-feira, na sua página oficial, Lula deu apenas uma declaração de 40 palavras onde disse que “Ninguém pode concordar com guerra, ataques militares de um país contra outro. A guerra só leva a destruição e fome. O ser humano tem que ter juízo e resolver suas divergências em uma mesa de negociação, não em campos de batalha”. E não voltou mais ao tema.

Depois de ver aceito do convite apenas do primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orbán, Bolsonaro recebeu um convite de Putin, acatado imediatamente, conseguindo fazer uma viagem fora do circuito de democracias.

De qualquer forma é importante observar que até agora tanto a esquerda de Lula como a direita de Bolsonaro mostram-se alinhadas com a falta de posição contra o conflito quanto o mundo inteiro protesta e os principais líderes do mundo já partem para ações mais duras.

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