Apesar da reação histriônica dos presidentes da República, Jair Bolsonaro, e da Câmara, Arthur Lira, o reajuste que a Petrobras anunciou nesta sexta-feira (17) nos preços dos combustíveis não quer dizer que os percentuais vão aparecer, automaticamente, na bomba dos postos.
A partir de amanhã, a gasolina vai subir nas refinarias de R$ 3,86 para R$ 4,06 por litro, um aumento de 5,18%. Com o diesel, o preço por litro terá alta de R$ 4,91 para R$ 5,61, o que equivale a um reajuste 14,25%.
Mas a tendência é que esse novo aumento seja incorporado gradualmente por uma razão bem simples: As distribuidoras, especialmente as grandes, já vêm fazendo reajustes gradualmente.
Isso é possível de ser constatado no posto da esquina observando-se que, desde 11 de março, os preços da gasolina estavam congelados, e nem por isso eles deixaram de subir.
Segundo pesquisa da ANP, o preço médio em março era de R$ 7,012 o litro (Mínimo - R$ 5,19 / Máximo - R$ 8, 94). Mas ele terminou o mês de maio com média de R$ 7,29 (Mínimo - R$ 6,19 / Máximo - R$ 8,99).
A mesma coisa aconteceu com o óleo diesel. O último reajuste ocorreu em 10 de maio e de lá para cá, eles também subiram de R$ 6,602 (Mínimo - R$ 4,999 / Máximo - R$ 7,979) no final de abril para R$ 7,499 na semana passada.
Isso acontece porque as grandes empresas, como Vibra, Ipiranga e Raízen, já precificaram os reajustes como parte de sua importação dentro da cadeia. Assim, com a adoção de um novo aumento no Brasil, os reajustes inicialmente vão ser menores, embora constantes. E vão continuar sendo aplicados gradualmente, especialmente nas suas redes de postos.
Também explica porque, mesmo com os preços estando congelados pela Petrobras, há 98 dias no caso da gasolina e a 38 dias no caso do óleo diesel, os preços continuaram subindo na bomba.
Ou seja: importa pouco se os preços estão congelados na refinaria, como desejam Bolsonaro e Arthur Lira. Na bomba do posto, eles vão continuar subindo.